Topo

Polícia de Berlim diz não ter certeza de que suspeito preso dirigiu caminhão do ataque

Tobias Shwarz/AFP
Imagem: Tobias Shwarz/AFP

De Berlim

20/12/2016 10h33Atualizada em 20/12/2016 13h22

O chefe da polícia de Berlim disse nesta terça-feira (20) que não está claro se o paquistanês preso após um incidente com mortos em um mercado de Natal da capital alemã é o motorista do veículo que atropelou dezenas de pessoas.

O caminhão atingiu barracas de madeira que serviam comida e bebida aos pés da igreja memorial Kaiser Wilhelm, uma das atrações turísticas mais famosas da antiga Berlim Ocidental, na noite de segunda-feira (19). Além dos 12 mortos, 48 pessoas ficaram feridas, 18 delas gravemente.

"Até onde eu sei, é incerto se ele realmente é o motorista", disse o comandante da polícia de Berlim, Klaus Kandt.

A polícia de Berlim disse no Twitter que está vigilante, pois o suspeito preso havia negado envolvimento no incidente, o qual a polícia disse ter sido um ataque deliberado.

"O suspeito preso temporariamente nega a acusação", disse a polícia de Berlim pelo Twitter. "Portanto, estamos particularmente alertas. Por favor, estejam também em alerta".

Mais cedo, a polícia alemã disse acreditar que o paquistanês não era o verdadeiro autor do ataque, relatou o jornal "Die Welt", citando fontes seniores da segurança.

"Temos o homem errado", disse um chefe da polícia sênior. "Logo, uma nova situação. O verdadeiro autor ainda está armado, foragido e pode causar novos danos", disse a fonte segundo o jornal.

Suspeito pediu asilo na Alemanha

O homem preso era um postulante a asilo na Alemanha e negou envolvimento no crime, informou o governo alemão, o que levou a cobranças por uma restrição à imigração.

Uma fonte de segurança disse que ele tem 23 anos, era conhecido da polícia por ter cometido pequenos delitos e vinha se hospedando em um centro de refugiados no hoje fechado aeroporto de Tempelhof.

A chanceler alemã, Angela Merkel, disse a repórteres: "Ainda há muita coisa que não sabemos com certeza suficiente, mas precisamos, no pé em que as coisas estão agora, presumir que foi um ataque terrorista". E acrescentou: "Sei que seria especialmente duro para todos nós suportar se for confirmado que a pessoa que cometeu este ato era alguém que procurava proteção e asilo".

O caminhão pertencia a uma companhia de frete polonesa e o devido motorista foi encontrado morto no veículo. O ministro do Interior da Alemanha, Thomas de Maiziere, disse que uma pistola possivelmente usada para matá-lo ainda não foi encontrada.

 A mídia alemã disse que o homem ao volante do caminhão saltou da cabine do veículo e correu pela rua na direção do Tiergarten, um grande parque no centro de Berlim, e que várias testemunhas ligaram para a polícia para informar --incluindo uma pessoa que perseguiu o suspeito enquanto falava ao telefone, atualizando constantemente os policiais sobre seu paradeiro.

Ataque desencadeia críticas a Merkel

O ataque desencadeou exigências imediatas de mudança nas políticas imigratórias de Merkel, graças às quais mais de um milhão de pessoas em fuga de conflitos e da pobreza no Oriente Médio, na África e em outras regiões chegaram à Alemanha neste ano e no anterior.

"Precisamos dizer que estamos em estado de guerra, embora algumas pessoas, que sempre só querem ver o bem, não queiram vê-lo", disse Klaus Bouillon, ministro do Interior do Estado de Sarre e membro do Partido Social-Democrata (CDU), de Merkel.