Topo

Esse conteúdo é antigo

EUA avaliam priorizar América Latina no envio de vacinas contra covid, dizem fontes

A Casa Branca ainda está avaliando como irá direcionar a exportação das vacinas prometidas, e o presidente Joe Biden ainda não tomou uma decisão - Anna Moneymaker/Getty Images
A Casa Branca ainda está avaliando como irá direcionar a exportação das vacinas prometidas, e o presidente Joe Biden ainda não tomou uma decisão Imagem: Anna Moneymaker/Getty Images

Carl O'Donnell e Jeff Mason

20/05/2021 18h53

(Reuters) - Os países da América Latina devem receber milhões de doses de vacinas contra a Covid-19 fabricadas nos Estados Unidos, no momento em que o governo norte-americano surge como um dos principais exportadores de imunizantes contra o coronavírus, de acordo com duas pessoas familiarizadas com o assunto.

Os EUA avaliam priorizar os países de seu próprio hemisfério para o envio das 80 milhões de doses de fabricação doméstica que prometeu enviar para fora, segundo uma das fontes.

Enquanto isso, a Pfizer começou a exportar milhões de suas doses fabricadas nos EUA principalmente para países nas Américas Central e do Sul, afirmou uma segunda fonte.

Muitos dos países latino-americanos se encontram em necessidade extrema de vacinas contra a Covid-19. O Brasil é um dos países mais duramente atingidos pela pandemia no mundo, registrando mais de 15 milhões de casos e quase 445 mil mortes.

A Pfizer, que desenvolveu sua vacina com a parceira alemã BioNTech, está produzindo cerca de 10 milhões de doses por semana nos Estados Unidos com fins de exportação, enquanto sua produção local excede a demanda interna por imunizantes, disse a segunda fonte.

A farmacêutica está enviando remessas de sua sede no Michigan para os vizinhos Canadá e México, e 10 outros países latino-americanos, afirmou a fonte. Alguns dos destinatários recentes de vacinas da Pfizer fabricadas nos EUA incluem Brasil, Costa Rica, Equador, Peru e Uruguai, acrescentou a fonte.

A Casa Branca ainda está avaliando como irá direcionar a exportação das vacinas prometidas, e o presidente Joe Biden ainda não tomou uma decisão. Mas um dos argumentos considerados é o de dar preferência a países do Hemisfério Norte, já que isso seria do interesse do povo norte-americano, disse a primeira fonte.

Os critérios para o compartilhamento de vacinas seriam epidemiológicos e incluiriam flexibilidade geográfica para que ajustes possam ser feitos conforme a evolução da pandemia, disse uma outra pessoa familiarizada com a discussão.

Os Estados Unidos competem com a China e a Rússia para aprofundar algumas de suas relações com países pelo mundo e para avançar sua influência geopolítica pela chamada "diplomacia da vacina".

A Pfizer está direcionando suas doses fabricadas nos EUA para a América Latina por conta da proximidade da região em relação às suas unidades de fabricação e por conta do objetivo da farmacêutica norte-americana de enviar doses para países de baixa e média renda, afirmou a segunda fonte.

Mais de 60% dos adultos nos EUA receberam pelo menos uma dose da vacina contra a Covid-19, de acordo com dados federais. Enquanto isso, países como Índia e Brasil lutam para obter as doses necessárias para controlar quadros graves da pandemia.

O Brasil distribuiu doses suficientes para vacinar apenas 13% de sua população, mesmo registrando em média quase 65 mil novos casos da doença por dia, de acordo com dados da Reuters.