Por Leonardo Martins
O ministério da Saúde e o governo de São Paulo protagonizaram mais um embate público acerca da condução da pandemia de covid-19. Hoje, a bola da vez foi a data da terceira dose da vacina.
O assunto já era estudado pelo governo federal e estadual. Mas, na manhã de hoje, o ministro Marcelo Queiroga anunciou uma data nacional para início da vacinação de reforço: 15 de setembro. Ele surpreendeu Doria.
Em coletiva de imprensa, horas depois, Doria anunciou e antecipou uma nova data de vacinação de terceira dose válida para São Paulo: 6 de setembro. O governador mostrou até um novo cartão de vacina só para essa finalidade, contudo, não falou em calendário.
A decisão de governos de todo o mundo foi criticada pela Organização Mundial da Saúde, que a chamou de "problema moral" por não haver, no momento, estoque "sem limites" de vacinas.
Uma disputa recente entre Doria e ministério da Saúde se deu porque, segundo o paulista, o governo federal enviou metade das doses de vacinas da Pfizer ao estado. O caso foi parar no STF, na mesa do ministro Ricardo Lewandowski, que ordenou o envio dos imunizantes.
Outro grave embate se deu em torno da vacina CoronaVac. Em outubro do ano passado, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) desautorizou a compra da vacina produzida pelo Instituto Butantan e desenvolvida na China. O governo federal acabou adquirindo a vacina, mas o episódio causa desdobramentos até hoje
Os respiradores para UTIs voltadas para covid-19 também foram motivo de troca de acusações, em maio do ano passado. O governo Doria afirmou que o governo federal não havia enviado respiradores aos leitos públicos do estado, o que foi contestado pelo ministério da Saúde.