Como o nitrato de amônio já causou tragédias pelo mundo

O nitrato de amônio (NH4NO3), um sal branco e inodoro, é uma substância muito usada como fertilizante, mas também pode estar em materiais explosivos, podendo causar danos devastadores.

Na agricultura, ele é um dos fertilizantes mais utilizados porque fornece os nutrientes NPK, sigla para nitrogênio, fósforo e potássio, uma necessidade básica das plantas.

Sozinho, ele não oferece risco se armazenado corretamente. O risco de explosão acontece quando é exposto a altas temperaturas, o que pode causar decomposição térmica e combustão.

Em 21 de setembro de 2001, uma megaexplosão aconteceu em uma fábrica de fertilizantes em Toulouse, na França. Cerca de 3.000 toneladas de nitrato de amônio estavam estocados no local. O acidente matou 30 pessoas e quebrou dois terços das janelas da cidade.

Uma outra explosão aconteceu após um incêndio no armazenamento de uma fábrica de fertilizantes no Texas, nos EUA, em 18 de abril de 2013. Cerca de 15 pessoas morreram e mais de 150 ficaram feridas.

No Brasil, também em 2013, houve explosão em um armazém em São Francisco do Sul, Santa Catarina. No depósito havia 10 mil litros de fertilizante à base de nitrato de amônio.

Em 2015, falhas na armazenagem de nitrato de amônio também causaram explosões na cidade de Tianjin, na China, matando 173 pessoas.

O nitrato de amônio também pode ser utilizado na produção de explosivos e bombas. Foi assim que, em 1995, dois extremistas americanos estocaram a substância em uma van e explodiram parte de um prédio em Oklahoma, nos EUA. Ao todo, 168 pessoas morreram e 680 ficaram feridas.

Em 2006, terroristas islâmicos detonaram uma bomba com nitrato de amônio em uma estação ferroviária em Mumbai, na Índia. O atentado deixou 188 mortos e feriu cerca de 830 pessoas.

Em 2009 aconteceu um acidente ambiental: o ciclone Hamish fez um navio derramar combustível e cerca de 650 toneladas de nitrato de amônio no mar da Austrália, afetando praias e fauna locais.