Por Carlos Madeiro, Colaboração para o UOL, em Maceió
Luto
O aposentado Benedicto Amâncio, 84, passou dez dias internado no HGE (Hospital Geral do Estado), em Maceió, antes de morrer por insuficiência cardíaca em 18 de fevereiro. Ele foi uma das pessoas que morreram sem covid-19 no país, no mês passado.
Divulgação
Registros oficiais
Com recordes diários de mortes por causa do novo coronavírus, muita gente se pergunta se só se morre por este motivo no país. Mas outras doenças continuam com altos índices de óbitos --como infarto e AVC (acidente vascular cerebral), que mataram entre 15 e 16 mil pessoas só neste ano.
Os registros oficiais apontam ainda mortes por causas externas --que incluem acidentes, homicídios e suicídios e atingiram ao menos 17,4 mil pessoas desde o início de janeiro.
Henrique Kawaminami / Campo Grande News cedido ao UOL
Óbitos registrados em 2021 (até 10/3)
Arte UOL
As pessoas continuam sofrendo por doenças e mortes por causas diversas, que não a covid. Nada aponta que esses casos caíram. Pelo contrário: houve restrição na atenção à saúde das pessoas na pandemia.
Bernadete Perez, sanitarista
LUIZ SOUZA/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO
Mudança de foco
Para especialistas, a impressão de que só a covid-19 mata pode ser explicada pelos esforços voltados à pandemia. O sistema de saúde fica sobrecarregado, já que alas inteiras foram destinadas à doença e cirurgias eletivas (que não são urgentes), suspensas.
Tempura/iStock
Ruas mais vazias, menos acidentes
Além disso, quando as autoridades decretam medidas restritivas, o objetivo também é reduzir atendimentos para casos que não sejam relacionados ao coronavírus. É o caso de colisões no trânsito, por exemplo.
SERGIO PIERRI/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO
Medo de sair de casa
Com toda a atenção à covid, alguns pacientes em tratamento de outras doenças deixam de ir ao hospital ou consultório por conta própria e correm risco de complicações.
De fato, pacientes e médicos se preocupam com a doença que mais matou brasileiros em um único ano. Em 2020, a covid-19 foi responsável por 196 mil das 1,45 milhão de mortes no país --13,5% do total. Mas outras doenças continuaram sendo registradas (e precisam de tratamento).