Covid: com 2.207 mortos em 24 h, país chega a 50 dias de média acima de mil
Um dia após registrar o recorde de 2.349 mortes causadas pela covid-19 em 24 horas, o Brasil voltou a computar mais de 2.000 óbitos pela doença. Nesta quinta-feira (11), foram reportados 2.207 novos óbitos entre ontem e hoje. Também pelo 13º dia consecutivo, apresentou a mais alta média diária de mortes da pandemia: 1.705 nos últimos sete dias.
Os dados são do consórcio de veículos de imprensa do qual o UOL faz parte, com base nas informações transmitidas pelas secretarias estaduais de saúde. O país soma 273.124 óbitos e 11.284.269 infectados, sendo 78.297 novos casos registrados entre ontem e hoje.
Já são 50 dias seguidos com a média diária de mortes acima de mil, o período mais longo desde março de 2020. Também é o décimo dia consecutivo com mais de mil vítimas reportadas em um intervalo de 24 horas.
Diante de números cada vez mais alarmantes, a OMS (Organização Mundial de Saúde) apontou o Brasil como novo epicentro da covid-19. Diversos estados enfrentam situações críticas em seus sistemas de saúde e adotaram medidas mais restritivas para tentar frear o avanço da doença.
A escalada do aumento de óbitos deixa o país com tendência de aceleração da média diária de mortes (49%).
Vinte e dois estados e o Distrito Federal também apresentam tendência de alta, enquanto apenas dois têm queda. Outros dois mantêm índices estáveis.
O Norte é a única região que apresenta estabilidade (13%). Todas as outras constam como aceleradas: Centro-Oeste (88%), Sudeste (20%), Nordeste (55%) e Sul (121%).
O Brasil em números
Na primeira onda:
- Maior número de mortes em 24 h: 1.554 (19/7)
- Maior média móvel de óbitos: 1.097 (25/7)
- Maior período com média acima de mil: 31 dias
- Maior número de óbitos em uma semana: 7.679 (de 19/7 a 25/7)
Na segunda onda:
- Maior número de mortes em 24 h: 2.349 (10/3)
- Maior média móvel de óbitos: 1.705 (11/3)
- Maior período com média acima de mil: 50 dias
- Maior número de óbitos em uma semana: 10.183 (de 28/2 a 6/3)
As 16 maiores médias móveis de mortes por covid-19 no Brasil foram verificadas nos últimos 16 dias. As 10 mais elevadas são as seguintes:
- 11 de março - 1.705
- 10 de março - 1.645
- 9 de março - 1.572
- 8 de março - 1.540
- 7 de março - 1.497
- 6 de março - 1.455
- 5 de março - 1.423
- 4 de março - 1.361
- 3 de março - 1.332
- 2 de março - 1.274
Os cinco dias com maior número de vítimas em toda a pandemia ocorreram em março e no intervalo de apenas uma semana (os números não indicam quando os óbitos ocorreram de fato, mas, sim, quando passaram a contar dos balanços oficiais):
- 10 de março - 2.349
- 11 de março - 2.207
- 9 de março - 1.954
- 3 de março - 1.840
- 4 de março - 1.786
Oito estados computaram pelo menos cem mortes por covid-19 nas últimas 24 horas. O total de óbitos apenas nesses estados chega a 1.607:
- São Paulo - 440
- Rio Grande do Sul - 276
- Minas Gerais - 263
- Rio de Janeiro - 190
- Goiás - 121
- Bahia - 115
- Ceará - 102
- Santa Catarina - 100
Veja a situação por estado e no Distrito Federal:
Região Sudeste
- Espírito Santo: aceleração (23%)
- Minas Gerais: aceleração (27%)
- Rio de Janeiro: queda (-29%)
- São Paulo: aceleração (42%)
Região Norte
- Acre: aceleração (60%)
- Amazonas: queda (-39%)
- Amapá: estável (-7%)
- Pará: aceleração (37%)
- Rondônia: aceleração (91%)
- Roraima: estável (0%)
- Tocantins: aceleração (62%)
Região Nordeste
- Alagoas: acelerado (59%)
- Bahia: aceleração (25%)
- Ceará: aceleração (84%)
- Maranhão: aceleração (147%)
- Paraíba: aceleração (76%)
- Pernambuco: aceleração (29%)
- Piauí: aceleração (75%)
- Rio Grande do Norte: aceleração (35%)
- Sergipe: aceleração (67%)
Região Centro-Oeste
- Distrito Federal: aceleração (64%)
- Goiás: aceleração (144%)
- Mato Grosso: aceleração (60%)
- Mato Grosso do Sul: acelerado (37%)
Região Sul
- Paraná: aceleração (122%)
- Rio Grande do Sul: aceleração (140%)
- Santa Catarina: aceleração (89%)
Dados da Saúde
O Ministério da Saúde divulgou hoje que o Brasil registrou 2.233 novas mortes provocadas pela covid-19 nas últimas 24 horas. Desde o início da pandemia, o total de óbitos causados pela doença chegou a 272.889.
Na quarta-feira (10), os números divulgados pela pasta foram os mais altos desde março de 2020: foram 2.286 mortes em um intervalo de 24 horas. O recorde anterior havia sido registrado um dia antes: na terça-feira (9), foram computadas 1.972 vítimas.
Segundo o Ministério, houve 75.412 diagnósticos positivos para o novo coronavírus entre ontem e hoje. O número de infectados subiu para 11.277.717 desde o começo da pandemia.
De acordo com o governo federal, 9.958.566 pessoas se recuperaram da doença até o momento no país, com outras 1.046.262 em acompanhamento.
Doria anuncia fase emergencial com toque de recolher
O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), anunciou hoje que o estado entrará a partir de segunda-feira (15) na fase emergencial do Plano São Paulo, que estabelece medidas mais restritivas do que a atual, vermelha. Igrejas terão as atividades presenciais interrompidas, os campeonatos de futebol ficarão suspensos e as escolas estaduais devem entrar em recesso escolar. A recomendação é que as redes municipais e particular de ensino sigam a medida.
As restrições estão previstas para durarem até o dia 30 para tentar conter o avanço da pandemia de covid-19. O plano é diminuir a circulação de mais de 4 milhões de trabalhadores. Veja o que muda na fase emergencial.
Doria também determinou um "toque de recolher" das 20h às 5h, sem fechamento dos serviços essenciais, mas com possibilidade de aplicação de multa para pessoas a pé e para donos de carros que estiverem passeando. O governo do estado quer estimular o home office para os locais que puderem.
"Há uma razão para começar na segunda-feira. Estamos tomando decisões duras, que afetam milhões de vidas. Donos de restaurante compram alimentos com antecedência. O mesmo em relação a práticas esportivas. E no final de semana temos melhores índices de isolamento, então não compromete", disse o governador.
Veículos se unem pela informação
Em resposta à decisão do governo Jair Bolsonaro de restringir o acesso a dados sobre a pandemia de covid-19, os veículos de comunicação UOL, O Estado de S. Paulo, Folha de S.Paulo, O Globo, G1 e Extra formaram um consórcio para trabalhar de forma colaborativa para buscar as informações necessárias diretamente nas secretarias estaduais de Saúde das 27 unidades da Federação.
O governo federal, por meio do Ministério da Saúde, deveria ser a fonte natural desses números, mas atitudes de autoridades e do próprio presidente durante a pandemia colocam em dúvida a disponibilidade dos dados e sua precisão.
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