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OMS subestima epidemia de diabete, diz estudo

da <b>BBC</b>, em Londres

02/03/2007 17h31

Um estudo do Instituto para Ciências Clínicas de Avaliação, em Toronto, no Canadá, descobriu indícios de que as previsões da Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre o crescimento dos casos de diabete no mundo podem ter sido muito subestimadas.

A pesquisa conduzida pela equipe da médica Lorraine Lipscombe descobriu que, entre 1995 e 2005, o surgimento de novos casos de diabete na cidade canadense de Ontario subiu 69%, uma diferença radical comparada à previsão global da OMS de 60% até 2030, atingindo 6,4% da população.

A maioria dos casos examinados pela equipe da doutora Lipscombe envolvia casos de diabete do tipo 2, ou seja, a variante não-dependente de insulina e que freqüentemente está associada à obesidade.

"Diante deste crescimento linear nos casos, mais de 10% da população adulta de Ontario vai ter um diagnóstico de diabete até 2010", escreveu a equipe canadense na revista médica especializada The Lancet.

Imigrantes asiáticos

Os médicos calculam que, se tendências semelhantes estiverem sendo registradas em outros países desenvolvidos, a proporção da epidemia de diabete vai ser muito maior do que o previsto até hoje.

Um dos motivos para o crescimento radical da doença em Ontario poderia ser a chegada de muitos imigrantes do sul da Ásia, que seriam mais predispostos à diabete.

Mesmo assim, de acordo com os pesquisadores, o estudo pode ter apontado uma tendência de conseqüências potencialmente dramáticas.

A diabete pode levar a vários outros problemas de saúde graves como cegueira e doenças cardíacas.

A OMS estima que o número de pacientes de diabete no mundo saltou de 30 milhões para 181 milhões entre 1985 e 2000.

Em todo o mundo, 4,6% dos adultos com mais de 20 anos sofrem da doença.