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Amaury Ribeiro Jr

Áudio em que advogado ataca Ferrer é estudado em faculdade de direito de SC

A advogado Cláudio Gastão da Rosa Filho (foto) defende o empresário André de Camargo Aranha, acusado de ter estuprado Mariana Ferrer durante festa em Florianópolis, em 2018 - Reprodução
A advogado Cláudio Gastão da Rosa Filho (foto) defende o empresário André de Camargo Aranha, acusado de ter estuprado Mariana Ferrer durante festa em Florianópolis, em 2018 Imagem: Reprodução

10/11/2020 04h01

Revelado pelo UOL, o áudio em que o advogado Cláudio Gastão Rosa volta a atacar a influenciadora Mariana Ferrer, 23, passou a ser estudado pelos alunos da turma de direito penal da Universidade do Vale do Itajaí (Univali), em Santa Catarina. Rosa defende o empresário André de Camargo Aranha da acusação de ter estuprado Ferrer em uma boate de Florianópolis em 2018.

No áudio encaminhado aos professores da faculdade, o advogado acusa Mariana de ter inventado a história para se promover e ganhar dinheiro na internet. "Ela fez dessa narrativa a história da vida dela. Era uma menina desconhecida. Sua mãe saiu daqui por não pagar aluguel, saiu expulsa. E de repente ela passa a ganhar dinheiro e fama no Instagram", diz Rosa no áudio.

Ontem, após ouvir a gravação, Mariana respondeu, por meio de seu advogado, Julio Cesar Ferreira da Fonseca, aos ataques. "Ela disse que [Rosa] está querendo mudar o foco, que é o crime praticado pelo seu cliente. Até a mãe dela ele envolveu na história", disse o advogado de Mariana.

O áudio de Rosa foi repassado para os alunos de direito penal da faculdade de direito pelo professor e advogado Luiz Eduardo Cleto Righetto, que já atuou em vários processos ao lado de Gastão.

"Bom dia, segue áudio explicativo do meu amigo, ilustre, dr. Cláudio Gastão, advogado do caso 'estupro'", diz Righetto, ao encaminhar o áudio aos alunos.

Procurado pelo UOL, Righetto confirmou que enviou o áudio para os alunos de duas turmas de direito penal do 6º ano e uma do 1º ano.

"Como havia muito aluno chamando advogado de estuprador, resolvi levar o caso para debate em sala de aula. Os alunos ficaram divididos", disse Righetto.

Para professor, advogado defendeu o cliente com "unhas e dentes"

"Embora desconheça o processo", ele defendeu a postura de Gastão. "Faria igual a ele. Defenderia meu cliente com unhas e dentes", disse Righetto.

A presidente do Grupo Vítimas Unidas, Maria do Carmo Santos, psicóloga, mestre em história e doutora em educação, criticou a atitude de Righetto. "Se quer discutir o caso, monta uma banca e ouve os advogados dos dois lados", afirmou a ativista.

O advogado da Mariana também criticou o repasse do áudio aos alunos. "Tudo isso é desespero de causa. Porque o advogado dela sabe que se meteu numa fria", disse Fonseca.

A defesa considera absurda a acusação de que Mariana tenha ganhado dinheiro ao promover o caso na internet. "Ela vive uma vida totalmente simples. Não tem nem geladeira na casa dela. A Mariana passou a viver uma vida quase que vegetativa, sofre com depressão e síndrome de pânico."