Andreza Matais

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Reportagem

Silvio Almeida era ministro da cota de Lula; sucessora deve ser mulher

O primeiro ministro a cair por acusações envolvendo a sua atuação no cargo chegou ao governo por escolha pessoal do presidente. Desde a posse, Lula distribuiu ministérios para indicações do Centrão e de partidos de esquerda. O Ministério dos Direitos Humanos, contudo, não entrou nessa divisão.

Segundo dois ministros com quem a coluna conversou, Silvio Almeida faz parte da cota pessoal do presidente, e seu sucessor também será. A expectativa no meio político é que seja uma mulher.

Nesta sexta-feira (6), Lula irá formalizar a demissão do ministro um dia após a ONG Me Too Brasil afirmar que recebeu denúncias de assédio sexual contra Silvio Almeida. A ONG fez a afirmação sem dar qualquer detalhe, alegando manter em anonimato as supostas denunciantes.

A ministra Anielle Franco (Igualdade Racial) também teria confirmado a colegas de governo ter sido vítima de importunação sexual por parte do colega, mas publicamente ela segue em silêncio.

O ministro nega as acusações, afirma que se trata de racismo e acusa a ONG de estar contrariada por não conseguir interferir em convênio do ministério. A Me Too nega e diz que Silvio Almeida tenta desviar o foco da denúncia.

O nome do sucessor de Almeida ainda não foi definido. A demissão deve atingir também seus assessores mais próximos.

A posse de Almeida foi uma das mais prestigiadas do governo. No discurso, o ministro disse que procuraria a colega Anielle Franco para discutir políticas de combate a "todo tipo de assédio num esforço que deve ser de todo o governo federal e, ao mesmo tempo, de toda a sociedade brasileira".

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