Saia-justa leva Prerrogativas a pacto de silêncio no caso Silvio Almeida
O grupo Prerrogativas, que reúne advogados ligados ao governo, fez um pacto de silêncio em torno das denúncias de suposto assédio sexual envolvendo o ministro Silvio Almeida (Direitos Humanos).
A presidente do Me Too, Marina Ganzarolli; a ministra Anielle Franco e os dois ministros que também irão investigar o caso -- Jorge Messias (AGU) e Vinícius Carvalho (CGU) -- são do Prerrogativas.
Silvio Almeida também fazia parte do grupo de advogados até pouco tempo. Ele deixou de participar após divergências com alguns integrantes. No entanto, nos eventos presenciais do Prerrogativas, o ministro sempre é presença garantida.
Desde que as acusações vieram à tona, a ministra Anielle manteve silêncio. Ela seria uma das pessoas que acusam o ministro de suposto assédio sexual. A ministro não se manifestou sobre o assunto até o momento.
O sempre combativo Prerrogativas, desta vez, optou por silenciar diante do escândalo. Com seus dirigentes próximos do presidente Lula (PT) e da primeira-dama Janja, principalmente o advogado Marco Aurélio de Carvalho, prevaleceu a preocupação em evitar constranger ainda mais o governo pelo escândalo.
Lula e Janja já sabiam do caso antes de o portal Metrópoles revelar as denúncias e não tomaram nenhuma providência, o que vem sendo questionado pela oposição.
Advogados do Prerrogativas disseram reservadamente à coluna que os relatos que obtiveram sobre o caso, após a publicação pelo Metrópoles, indicam que o número de mulheres pode chegar a uma dezena e que ao menos quatro relatos estariam bem fundamentados, mas que não se pode criminalizar sem conhecer o processo. A Me Too apenas confirma que recebeu denúncias, sem mais nenhum detalhe. Alega preservar o anonimato das denunciantes, sem citar quantas.
O ministro nega todas as acusações e diz que é vítima de racismo. Ele deve ser demitido nas próximas horas.
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