PSOL obriga Boulos a submeter mandato ao programa do partido caso eleito
O PT identificou que não ajuda em nada seu candidato à prefeitura de São Paulo, Guilherme Boulos, estar rodeado de colegas do seu partido, o PSOL, na estratégia de trocar o figurino de invasor de terras para o de moderado. Partido de extrema esquerda, o PSOL tem bandeiras progressistas que afastam o eleitorado mais conservador.
Boulos tem o apoio do Rede, PT, PC do B, PV e PDT, mas as siglas estão escondidas na campanha. A começar pela vice, Marta Suplicy (PT).
O estatudo do PSOL mostra que essa presença do partido pode não se dar apenas na campanha. O documento diz que todo candidato - para cargo executivo ou legislativo - eleito pela legenda é obrigado a colocar o mandato "a serviço do programa partidário" e tem que dar satisfação ao PSOL sobre suas deliberações.
A presidente do PSOL, Paula Coradi, aliada de Boulos, disse à coluna que o partido já expulsou um deputado federal com base nessa regra.
Cabo Daciolo queria mudar o artigo primeiro da Constituição para dizer que "todo poder emana do Deus", ao invés de "todo poder emana do povo".
Coradi garante, contudo, que, apesar de estar no documento, os candidatos à prefeitura que forem eleitos não serão punidos com base nessa regra do estatuto porque, nesses casos, o PSOL respeita as alianças e o programa partidário.
Se tiver que seguir a regra como está escrito, Boulos, por exemplo, terá que rever todas as privatizações em São Paulo - como a dos cemitérios; não poderá ter qualquer relação com o governo norte americano - o PSOL entende os EUA como inimigos e terá a invasão de terras como política necessária para grupos como o MST.
Procurada, a campanha de Boulos não quis comentar como ele irá lidar com essa regra do seu partido.
O que diz o programa partidário do PSOL:
- Ocupações de terra de prédios públicos e bloqueio de estradas como único caminho para camponeses e trabalhadores conseguirem avanço
- Controle sobre a produção das grandes empresas
- Expropriação das grandes fazendas, sejam elas produtivas ou não
- Estatização das empresas privatizadas
- Expropriação dos grandes grupos monopólicos capitalistas
- Fim das benesses tributárias para grandes corporações multinacionais
- Enfrentamento revolucionário contra a ordem capitalista estabelecida
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