O próximo passo do 'plano Kassab' é conquistar a presidência da Câmara
O próximo passo do presidente do PSD, Gilberto Kassab, após eleger o maior número de prefeitos até agora é conquistar a presidência da Câmara.
Kassab vai tentar emplacar Antônio Britto (BA) como sucessor de Arthur Lira (PP-AL), que termina o mandato no comando da Casa em fevereiro de 2025 e não pode mais se reeleger para a vaga.
A vitória de Kassab, contudo, será seu maior desafio. Os demais partidos de centro, centrão e de direita não vão deixar o "dono do PSD" ganhar ainda mais poder. MDB, PP, Republicanos e PL vão tentar dar um "chega para lá" em Kassab elegendo Hugo Motta (Republicanos-PB) presidente da Câmara.
O que Hugo Motta pode oferecer ao PL? O compromisso de que, se for eleito, irá pautar no plenário a anistia ao ex-presidente Jair Bolsonaro. Um projeto nesse sentido tem grandes chances de ser aprovado na Câmara, de maioria conservadora, e teria o efeito de reabilitar Bolsonaro para as eleições de 2026.
O TSE (Tribunal Superior Eleitoral) o tornou inelegível por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação durante reunião realizada no Palácio da Alvorada com embaixadores estrangeiros no período eleitoral, na qual afirmou que o resultado das eleições poderia ser manipulado.
Como não entra em jogo para perder, Kassab pode ou ganhar a presidência da Câmara, ou usar a candidatura de Britto para negociar mais espaços de poder para seu grupo.
No primeiro turno, o PSD elegeu 878 prefeitos. Com isso, vai governar 29,2 milhões de pessoas. A vitória, entretanto, é relativa.
O PSD tem atualmente 968 prefeitos - elegeu 660 em 2020, mas ao longo dos últimos quatro anos engordou a sigla com o troca troca partidário. Nessa conta, Kassab não ganhou prefeitos, perdeu.
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