Carla Araújo

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Reportagem

General citado em caso Marielle será chefe do Estado-Maior com aval de Lula

O presidente Lula não fez objeções à lista apresentada nesta quinta-feira (28) pelo ministro da Defesa, José Múcio, com os escolhidos nas Forças Armadas para serem promovidos ou mudados de área.

Em reunião, que contou com a presença dos comandantes de Exército, Marinha e Aeronáutica, o presidente quis se informar sobre alguns nomes e chegou a perguntar sobre o general Richard Nunes, futuro Chefe do Estado-Maior do Exército.

O nome de Richard apareceu no relatório da Polícia Federal do caso que investiga a morte da vereadora Marielle Franco. Foi dele a responsabilidade pela nomeação do delegado Rivaldo Barbosa como chefe de Polícia Civil. Barbosa foi preso no último final de semana por suspeita de ter obstruído as investigações do caso Marielle entre março a dezembro de 2018.

Segundo apurou a coluna, o tom da reunião foi de tranquilidade e o ministro e o Comandante do Exército, general Tomás Paiva, disseram que Richard explicou suas motivações da época e que não teria nenhum envolvimento direto com o caso.

Tomás e Múcio, inclusive, reforçaram que o general sempre foi um militar 'firme na defesa da democracia'.

A nomeação de Richard foi assinada por Lula e será publicada no Diário Oficial da União nos próximos dias.

'Não é promoção', diz general Richard

À coluna, o general Richard falou sobre a escolha de seu nome para o cargo de chefe do Estado-Maior, reclamou da repercussão negativa do caso que envolvem as investigações da morte da vereadora e explicou que não passará a ter o poder de substituir o Comandante.

Richard já ocupa o posto de general de Exército quatro estrelas, o mais alto do Exército, desde julho de 2021.

"Eu estou numa situação que eu sou alvo de críticas da direita e da esquerda", disse.

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Segundo o general, a sua mudança de função é uma movimentação administrativa. Ele deixa a Chefia do Departamento de Educação e Cultura e vai para a chefia do Estado-Maior.

"O chefe do Estado-Maior não é o número dois. Se acontecer um afastamento temporário do Comandante, por exemplo, quem responde pelo expediente, quem assume, é o general mais antigo. Eu não sou. Eu sou o sétimo", afirma.

Richard reiterou que a escolha do delegado Rivaldo Barbosa foi feita com base nos critérios da época e disse ser precoce qualquer conclusão de culpa, já que há um processo judicial em andamento.

"A designação dele é responsabilidade minha, eu tomei essa decisão baseado em critérios da época, não contrariei inteligência como estão querendo dizer. O Rivaldo era simplesmente o chefe da divisão de homicídios do Rio. Ele já ocupava um cargo de relevância", diz.

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