Covid-19: cúpula mundial em Paris amplia condição de pária de Bolsonaro
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Um evento global realizado em Paris nesta semana está confirmando o que até mesmo membros do governo brasileiro já admitem: a gestão de Jair Bolsonaro e sua diplomacia passaram o Brasil à condição de pária no palco internacional.
O Fórum da Paz de Paris reúne 50 chefes de Estado e de governo, uma dezena de diretores e presidentes de organizações internacionais, empresários e os principais atores da cena mundial para debater formas de dar uma resposta coordenada à pandemia da covid-19. O governo brasileiro não esteve presente — a coluna não pôde confirmar se por escolha própria ou se simplesmente a representação do Brasil não foi convidada.
Procurado, o Itamaraty não deu uma resposta ao UOL sobre sua ausência na cúpula.
O evento se colocou duas metas: melhorar a resposta à crise atual e buscar uma estratégia para garantir que o mundo esteja melhor preparado para uma nova pandemia no futuro.
Xi Jinping, presidente da China, foi outro nome confirmado, além de Marcelo Rebelo de Sousa, o presidente de Portugal. Mesmo alguns dos principais aliados de Bolsonaro também estão presentes. Entre eles o primeiro-ministro nacionalista da Índia, Narendra Modi, e o presidente ultraconservador da Polônia, Andrzej Duda.
Os organizadores do evento, porém, não esqueceram dos brasileiros. Diversos nomes da sociedade civil e pelo menos um diplomata estão no programa. Mas todos eles na condição individual e sem o envolvimento do governo federal.
Entre os convidados estão ainda os presidentes da Argentina, Alberto Fernández, o colombiano Ivan Duque, e o presidente da Costa Rica, Carlos Alvarado Quesada.
O anfitrião Emmanuel Macron também recebeu a diretora-geral do FMI, Kristalina Georgieva, o presidente do Senegal Macky Sall e o presidente da UE (União Europeia), Charles Michel, além do secretário-geral da ONU (Organização Mundial da Saúde), Antonio Guterres, e o diretor da OMS (Organização Mundial da Saúde), Tedros Ghebreyesus.
Entre os nomes do setor privado estão Michael Bloomberg e Richard Branson.
Negociadores ouvidos pela coluna constatam que a ausência do Brasil num debate mundial sobre saúde seria "impensável" em qualquer outro momento. Mas, sob Bolsonaro, o governo hesitou em diversas ocasiões em fazer parte de esforços globais semelhantes.
Mesmo a aliança global por vacinas da OMS, o Brasil apenas aderiu meses depois que o projeto tinha sido iniciado. Na ONU, debates sobre como conduzir uma resposta social e econômica tampouco contaram com a presença do governo federal em seu nível mais elevado.
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