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Biden vê com hesitação plano de Lula para negociar paz na Ucrânia
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O governo de Joe Biden alerta que qualquer iniciativa que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva quiser estabelecer para abrir diálogo com russos e ucranianos para encerrar a guerra terá de seguir algumas condições e exigências. A principal delas é a de se reconhecer que só existe um ator que viola o direito internacional —no caso, a Rússia— e que as vítimas são os ucranianos.
Lula vem repetindo uma ideia que lhe foi sugerida pelo timorense José Ramos-Horta, prêmio Nobel da Paz, para a criação de um bloco de países emergentes que possam servir de interlocutores para negociar um cessar-fogo para uma guerra que já dura um ano. O grupo poderia contar com Indonésia, China, Turquia e Brasil, além de outros emergentes.
Lula já acenou que não fará parte de qualquer iniciativa para dar apoio político ou militar aos ucranianos, e que essa não é uma guerra que deve envolver o Brasil. O mesmo enfoque foi dado pelo brasileiro quando conversou sobre o assunto com os governos da Alemanha e da França.
Fontes do governo americano confirmaram que o tema estará na agenda dos dois líderes na tarde de hoje, em Washington. Mas deixaram claro que a proposta de Lula não é acolhida com entusiasmo.
Em Washington, não é segredo o fato de que a guerra está sendo usada para enfraquecer a Rússia, considerada como uma ameaça.
Lula, nas conversas com outros líderes, chegou a falar abertamente que a atitude russa era uma violação do direito internacional. Mas sugeriu que parte da responsabilidade pela tensão também vinha dos aliados ocidentais.
No comunicado final, Biden e Lula devem fazer referências ao tema da guerra. Mas não existe ainda um entendimento e nem uma posição comum. "Talvez seja o caso de termos um acordo de estar em desacordo sobre isso", comentou um diplomata brasileiro.
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