Jamil Chade

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Reportagem

Brasil apresentará novo compromisso de descarbonização em cúpula da ONU

O governo brasileiro prepara um novo compromisso de redução de emissões de gases de efeito estufa e vai apresentar o projeto durante a Conferência da ONU sobre o Clima (COP29), marcada para ocorrer em Baku, no Azerbaijão, em novembro.

Parte de um acordo internacional, cada país se comprometeu a apresentar quais serão seus esforços para manter viva a meta de 1,5 °C do Acordo de Paris. Acima dessa elevação média da temperatura, o risco é de um impacto social, econômico e de produção que alteraria de forma profunda a capacidade de sobrevivência em determinadas partes do planeta, além de eventos extremos.

Durante o governo de Jair Bolsonaro, uma tentativa de Brasília de manipular os números causou constrangimento internacional. Chamada de "pedalada climática", a proposta tentava diminuir os esforços do país na redução de emissões, modificando as datas de referência do corte proposto.

Em 2023, o governo Lula corrigiu a "pedalada". Mas, mesmo assim, ativistas alertaram que as metas ainda precisam ser ampliadas e detalhadas.

Fontes de alto escalão do governo de Luiz Inácio Lula da Silva confirmaram ao UOL que o compromisso não mudará as datas para zerar as emissões, com prazos em 2030 e 2050. Mas a ideia é que, em períodos intermediários, o trabalho setorial avance e compromissos específicos sejam assumidos dependendo da cadeia de produção.

Num evento em Nova York, na noite de quarta-feira (18), o embaixador André Correa do Lago, atual secretário de Clima, Energia e Meio Ambiente do Itamaraty, confirmou que o governo caminha para a preparação do novo compromisso. Ele é o nome mais cotado para assumir a presidência da COP30, em Belém, em 2025.

No ano passado, o governo ampliou o compromisso brasileiro de redução da emissão de 37% para 48% até 2025. Para 2030, a previsão passou de 50% para 53%. O anúncio foi feito pela ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, durante a abertura da Cúpula da Ambição Climática, evento que integra a programação da 78ª Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas.

A esperança do governo é que, ao apresentar os novos compromissos, o Brasil possa se estabelecer como referência e que acabe influenciando outros países a fazer o mesmo. O governo ainda quer, com isso, se credenciar como um ator legítimo ao presidir a COP30, em Belém, no ano que vem.

Há cerca de um mês, uma rede de cem ONGs brasileiras —-o Observatório do Clima— apresentou o que acredita que deveria ser um compromisso ambicioso do país. Pela proposta, as emissões nacionais de gases de efeito estufa teriam de ser cortadas em 92% até 2035, em comparação com a linha de base de 2005.

Reportagem

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1 comentário

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Armando Vasconcelos Salem

Pois é, Chade, e isto com o brilhante desempenho destes dois ambientalistas de gogó: Lula da Silva e Marina Silva. Os ambientalistas que após décadas de lero lero, estão assistindo os biomas do Brasil, as matas do Brasil, as lavouras do Brasil, as cidades brasileiras, pegando fogo e sendo sufocadas pela fumaça das queimadas. Pior, fazendo reuniões dos três Poderes, somente agora, na busca de dividirem a responsabilidades do que deixaram de minimamente prever e fazer.

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