Transferir Onyx seria uma solução simples e errada
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Onyx Lorenzoni tornou-se para Jair Bolsonaro um problema duro de roer. O presidente emitiu todos os sinais de que gostaria que o ministro pedisse para sair. Mas a ficha de Onyx não caiu. E Bolsonaro passou a cogitar a transferência do aliado da Casa Civil para alguma outra pasta. Essa seria uma solução simples e errada. O correto é sanar a ineficiência, não mudar a inépcia de lugar.
O governo de Bolsonaro faz água em diversos ministérios. A Casa Civil é apenas um deles. O maior erro de avaliação é atribuir toda a responsabilidade aos ministros que se encontram na berlinda. Não importa o nome do problema —Lorenzoni, Weintraub, Salles ou Zé das Couves. Antes de esmiuçar o desastre é imperioso recordar algo essencial: num regime presidencialista, o presidente preside e os ministros seguem suas decisões.
Uma relação administrativa nasce sempre de uma combinação. Iniciada a partida, se a movimentação do ministro em campo não coincide com a tática do presidente, ele é mandado embora. Se o presidente determina a execução de movimentos contrários ao que estava combinado, é o ministro quem pede para sair. Nesse tipo de jogo, a troca de posição do jogador não evita o curto-circuito, apenas altera o local do choque.
Entre as áreas para as quais Onyx poderia ser deslocado está a pasta da Educação. Nessa área, Bolsonaro já contabiliza dois desastres. Primeiro, Ricardo Velez, Agora, Abram Weintraub. Onyx foi para a Casa Civil com a credencial típica do bolsonarismo: a fidelidade canina ao mito. Velez e Weintraub padecem da mesma hipotética virtude.
Pior: os três compartilham com a família Bolsonaro até a devoção ao guru Olavo de Carvalho, visitado por Onyx dias atrás. Ou seja: está no forno do Planalto não uma solução, mas um novo desastre. Mais uma evidência de que o nome do problema é Bolsonaro, não Onyx.
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