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Josias de Souza

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Ao dizer que não errou, Bolsonaro erra outra vez

 Presidência da República
Imagem: Presidência da República

Colunista do UOL

01/03/2021 18h58

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Jair é o presidente da República mais extraordinário que Bolsonaro já viu. Ainda que o personagem enxergasse defeitos em si mesmo, errar não seria um deles.

"Desculpe aí, pessoal, não vou falar de mim, mas eu não errei nenhuma vez desde março do ano passado", disse o presidente a um grupo de devotos. "E não precisa ser inteligente para entender isso. Tem que ter um mínimo de caráter."

Quer dizer: Bolsonaro considera-se infalível. E acha que só um imbecil ou mau caráter não consegue enxergar a genialidade com que administra a pandemia do coronavírus.

Bolsonaro enumerou os seus hipotéticos acertos. Por exemplo: a defesa do "tratamento precoce" à base de cloroquina e outros remédios ineficazes; o ataque ao isolamento social e outras táticas incontornáveis; a alegação mentirosa de que não comprou mais vacinas porque aguardava pelos registros da Anvisa...

Não há quem não cometa erros. O problema é que, ao declarar que não errou, Bolsonaro erra outra vez. Desaprende tanto com os próprios equívocos que, havendo inúmeros erros novos a cometer, comete velhos erros.

Ficam entendidas duas coisas: 1) Bolsonaro jamais erra, apenas mente um pouco. 2) A diferença entre a estupidez e a genialidade é que a genialidade tem limites.