TSE: Muralha de Moraes trincou
O bolsonarismo está em festa. Dissemina-se nas caixas de WhatsApp do grupo a avaliação segundo a qual o TSE livrará da guilhotina o senador bolsonarista Jorge Seif. O julgamento do pedido de cassação de Seif foi adiado pela segunda vez na noite de terça-feita. Alegou-se que seria necessário coletar provas adicionais de que o senador cometeu abuso do poder econômico na campanha de 2022.
Entre uma protelação e outra, a turma da contemporização movimentou-se nos bastidores. O governador paulista Tarcísio de Freitas puxou o coro do "deixa-disso". Aproximou-se do presidente do TSE, Alexandre de Moraes. Consultou-o antes de nomear o novo procurador-geral de Justiça de São Paulo. Pergunta daqui, responde dali, Tarcísio desfez a caveira de Seif.
Operou-se no TSE algo muito parecido com o prenúncio de uma reviravolta. Relator do caso Seif, Floriano de Azevedo Marques, amigo de Moraes há quase quatro décadas, circulou entre os outros seis ministros da Corte dois votos. O teor de ambos foi divulgado pelo Globo. Num, distribuído no início de abril, votava pela cassação. Noutro, enviado nesta terça-feira, votava pela absovição do senador.
Ao vivo, diante das câmeras da TV Justiça, Azevedo Marques nem cassou nem arquivou. Pediu provas adicionais de que Jorge Seif usou aviões, helicópteros, a estrutura e funcionários da varejista Havan, de Luciano Hang, na sua cazmpanha pafra senador.
Havia no TSE uma muralha invisível de contenção de bolsonarismos, formada por Alexandre de Moraes, Floriano de Azevedo Marques, André Ramos Tavares e Cármen Lúcia. O vaivém do pedido de cassação de Jorge Seif expõe uma trinca no bloco. A rachadura surge antes da despedida de Moraes do TSE, em junho.
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