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Senado precisa acender a luz da sabatina do indicado de Bolsonaro para STF
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O senador Davi Alcolumbre, presidente da Comissão de Constituição e Justiça do Senado, colocou-se na desconfortável posição de ter que explicar uma atitude inexplicável. Foi intimado pelo ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal, a informar por que retarda há mais de dois meses a sabatina do ex-advogado-geral da União André Mendonça indicado por Bolsonaro para uma vaga na Suprema Corte.
Está desocupada no Supremo a cadeira do ministro Marco Aurélio Mello, que se aposentou. Pela Constituição, cabe ao presidente da República indicar o substituto e ao Senado avaliar a qualificação do escolhido. Goste-se ou não de Mendonça, o "terrivelmente evangélico", ele foi indicado porque Bolsonaro chegou à Presidência pelo voto popular e o texto constitucional lhe dá o poder da escolha. Os senadores podem aprovar ou rejeitar o escolhido. Só não podem manter o nome no freezer.
Na claridade, alega-se que Alcolumbre congelou a sabatina de Mendonça porque Bolsonaro ataca o Supremo e algumas de suas togas. No escurinho, diz-se que o senador emperra a sabatina para barganhar verbas orçamentárias e para forçar Bolsonaro a trocar o seu preferido "terrivelmente evangélico" pelo procurador-geral Augusto Aras, nome de estimação dos políticos que são terrivelmente avessos à continuidade de processos da Era da Lava Jato.
Coautor do mandado de segurança que levou Lewandowski a requisitar explicações a Alcolumbre, o oposicionista Alessandro Vieira cobra publicamente do colega a apresentação de uma razão republicana para a protelação da sabatina de Mendonça. Nesta quarta-feira, o chefe da Comissão de Justiça do Senado exigiu "respeito" de Vieira. Demora a notar que respeito não se exige. Conquista-se. Com uma justificativa respeitável, Alcolumbre poderia elevar a própria estatura. Sem ela, rebaixa o pé-direito do Senado. Convém acender a luz.
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