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Gestão Bolsonaro sofre no Legislativo, mas conseguiu barrar o impeachment
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Deve-se mais a Bolsonaro do que aos congressistas a baixa taxa de aprovação de projetos do Executivo no Legislativo. De acordo com o Iesp, instituto vinculado à Universidade do Estado do Rio de Janeiro, foram aprovadas 30% das iniciativas do governo em 2019; 42,9% em 2020, sob impacto da pandemia; e 29,1% em 2021. No bloqueio ao impeachment, porém, o sucesso foi de 100%.
A Presidência da República é aquilo que seus titulares fazem dela. E Bolsonaro não tem feito boas coisas. Sob o comando do capitão, o Planalto revelou-se a morada dos extremos. É o céu e o inferno. A força e a impotência.
Bolsonaro chegou à Presidência embalado pelo pior tipo de ilusão que pode acometer um presidente: a ilusão de que preside. Distribuiu cartas brancas. Paulo Guedes seria o homem que decidiria na economia. Sergio Moro daria o tom na Justiça. A política do toma-lá-dá-cá seria coisa do passado. O presidente desprezaria os partidos, negociando com as bancadas temáticas: a da Bíblia, a da bala, a do boi...
Logo ficou entendido que carta banca não existe. As tais bancadas temáticas que substituiriam as negociações com os partidos eram apenas um delírio. No primeiro ano, a reforma da Previdência foi aprovada a despeito do presidente. Bolsonaro só interveio para piorar a proposta.
O projeto anticrime e anticorrupção de Moro foi triturado. A agenda liberal de Guedes, que incluía as reformas tributária e administrativa, virou suco. Assustado com a ruína de seu governo, Bolsonaro bateu à porta do centrão. Não queria aprovar coisa nenhuma. Desejava brecar o impeachment. Conseguiu.
Quanto ao resto, Bolsonaro dá mais do que recebe na política do troca-troca. Isso tem um lado ruim. Mas também tem algo de bom. Se fosse aprovado tudo o que o presidente deseja, o Brasil seria um faroeste, com todos os cidadãos armados. Os territórios indígenas seriam terra de ninguém. Ou dos criminosos. A exploração predatória de minérios e de madeira já teria sido legalizada.
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