Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.
União Brasil nasce de olho na presidência da Câmara, não da República
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Cruza de PSL com DEM, o União Brasil recebe a certidão de nascimento do Tribunal Superior Eleitoral nesta terça-feira. Chega como partido grande. Ocupa sete cadeiras no Senado. Tem 81 deputados, a bancada federal mais númerosa. Está de olho não na Presidência da República, mas no comando da Câmara. Quer melar o projeto de reeleição de Arthur Lira (PP). Busca as melhores alianças para atingir esse objetivo.
O tamanho do União Brasil não se confunde com vigor. A legenda tem mais gordura do que músculos. É uma agremiação balofa. Seus próprios dirigentes dão de barato que o partido sofrerá uma lipoaspiração compulsória. Estimam que entre 20 e 30 deputados federais baterão em retirada. A maioria seguirá o projeto de Bolsonaro.
Dono da maior caixa registradora da eleição de 2022 —quase R$ 800 milhões— o União Brasil espera compensar parte das deserções cooptando novos filiados. Utiliza um argumento sedutor. Oferece verbas públicas para a campanha. É a política reduzida à sua essência: uma transação pecuniária.
O novo partido interrompeu um flerte com Sergio Moro para evitar contágio com a taxa de rejeição do ex-juiz. Na corrida presidencial, deseja se aproximar de um projeto qualquer que não crie embaraços para as composições regionais.
A prioridade do União Brasil é aumentar suas bancadas no Congresso e construir parcerias para chegar ao comando da Câmara e ao controle do chamado Orçamento Secreto. Fácil de cobiçar. Difícil de alcançar.
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