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Bolsonaro segura ministro no MEC e diz não ver 'nada de mais' no escândalo
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Milton Ribeiro cogitou colocar à disposição de Bolsonaro o cargo de ministro da Educação. Foi demovido pelo próprio presidente, que o orientou a permanecer na poltrona. Em suas conversas privadas, Bolsonaro acusa a imprensa de "criminalizar" os evangélicos ao tratar como anormal o lobby dos pastores para a liberação de verbas do MEC para prefeituras. Chegou a dizer que não vê "nada de mais" no fato de o ministro ter admitido em gravação que prestigia os pastores graças a um "pedido especial" do presidente.
Não é a primeira vez que Bolsonaro segura um ministro encrencado. Manteve no comando da pasta do Turismo por quase dois anos Marcelo Álvaro Antônio, acusado de desviar verbas públicas no escândalo das candidatas laranja do então PSL de Minas Gerais. Retardou o quanto pôde a saída de Ricardo Salles, investigado sob a suspeita de conluio com madeireiros fora da lei no Ministério do Meio Ambiente. A diferença em relação a Milton Ribeiro é que o novo escândalo ocorre em ano eleitoral. E cresce a quantidade de prefeitos que sustentam ter recebido pedidos de propina em troca dos serviços pastorais do MEC.
Num ponto, Bolsonaro tem razão. Está em curso uma criminalização dos pastores. Deve-se o fenômeno não a uma hipotética má vontade dos repórteres com os evangélicos, mas aos indícios de que criminosos podem estar se lambuzando nas arcas da Educação escondidos atrás da Bíblia. A conjuntura talvez force Bolsonaro a fazer por pressão o que não parece disposto a fazer por opção.
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