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Bolsonaro avalia que herdará os votos de Moro
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Bolsonaro conversou com os operadores de sua campanha sobre os efeitos das mais recentes derrapagens observadas na terceira via. O presidente concluiu que herdará a maioria dos 8% de votos que o Datafolha atribuiu a Sergio Moro. Acha que o provável reforço reduzirá a "zero" a possibilidade de surgir um candidato alternativo capaz de retirá-lo do segundo turno. Compartilham da mesma opinião o filho Flávio Bolsonaro, que coordena a campanha; Valdemar Costa Neto, dono do PL; e Ciro Nogueira, chefe da Casa Civil.
Desprezado pelo Podemos, Moro migrou para o União Brasil fazendo pose de conciliador. Disse que abriu mão de sua candidatura para "facilitar as negociações" que buscam um nome capaz de livrar o país dos "extremos" onde enxerga Lula e Bolsonaro. Insinuou que pode voltar. Na análise de Bolsonaro, o recuo não tem volta. Os novos correligionários de Moro reforçam a percepção do presidente. A ala comandada por ACM Neto no União Brasil se apressa em informar que Moro foi admitido na legenda sob a condição de disputar uma cadeira no Congresso, provavelmente na Câmara.
Pesquisas feitas por encomenda do PL indicam que Moro roubou votos de Bolsonaro sobretudo na faixa mais rica do eleitorado, nicho do eleitorado em que ambos têm o seu melhor desempenho. Daí a conclusão de que o presidente herdará o grosso do espólio do seu ex-ministro. No Planalto, a manobra de João Doria, que ameaçou imitar Moro para forçar uma demonstração de apoio do PSDB, foi tratada como piada.
Na opinião do presidente, o "calcinha apertada", como ele se refere a Doria, ficou numa calça ainda mais justa, pois irritou os tucanos que preferiam vê-lo fora do páreo para apressar a articulação que tenta transformar Eduardo Leite em novidade. Bolsonaro acha que Doria desistirá. Torce para que ele demore a jogar a toalha.
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