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Ao chamar seus críticos de psicopatas, Bolsonaro inaugura um jogo arriscado
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Ao encostar a política na psiquiatria, Bolsonaro inaugurou no último domingo um jogo arriscado. Na definição do presidente, "só um psicopata ou imbecil" seria capaz de "dizer que os movimentos de 7 de setembro e 1º de Maio são atos que atentam contra a democracia."
Quem dispõe de um par de neurônios não tem como deixar de notar os pendores golpistas de um presidente que, em pleno 7 de Setembro, estimulou o desrespeito a decisões do Supremo, xingou o ministro Alexandre de Moraes de "canalha" e o aconselhou a "pegar o chapéu", deixando a Suprema Corte.
Difícil ignorar o apreço do presidente pela confusão depois que ele se dispôs a ornamentar com a sua presença —física e virtual— eventos que desvirtuaram a celebração do Dia do Trabalhador. Nesses atos, os devotos do presidente malharam o Supremo, rasgaram exemplar da Constituição e enalteceram o condenado Daniel Silveira.
Se fosse submetido a um exame psiquiátrico, Bolsonaro talvez se surpreendesse com o resultado. As alucinações que o desconectam da realidade, a eterna sensação de perseguição, a insistência em negar que enfrenta problemas e a recusa em aceitar ajuda renderiam ao presidente o diagnóstico de Transtorno Delirante Persistente.
Foi esse o diagnóstico atribuído a Adélio Bispo, o insano mental que esfaqueou Bolsonaro em 2018. A diferença é que Adélio está trancado numa penitenciária federal em Campo Grande. E Bolsonaro continua dando expediente no Planalto. Ou utilizando a visibilidade do cargo para fazer campanha ilegal.
Neste domingo, Bolsonaro adicionou ao seu arsenal eleitoral a "lanchaciata". Pilotando uma moto náutica da Marinha, foi ao encontro de um cortejo de lanchas de devotos endinheirados, no Lago Paranoá.
Nesta segunda-feira, Bolsonaro participa em São Paulo de evento promovido pela Associação Paulista de Supermercados. Considerando-se que a disparada da inflação é uma das atrações da campanha à reeleição, Bolsonaro deveria pensar em organizar gôndolaciatas, convidando grupos de apoiadores a percorrer as gôndolas de supermercados.
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