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Josias de Souza

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Ipec pós-Auxílio vitaminado solidifica Lula e eleva desafio de Bolsonaro

Colunista do UOL

16/08/2022 04h16

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Divulgada seis dias após o início do pagamento do Auxílio Brasil vitaminado de R$ 600, pesquisa do Ipec (ex-Ibope) revelou-se mais favorável a Lula (44%) do que a Bolsonaro (32%). A desvantagem do capitão é de 12 pontos, menos do que os 18 pontos detectados no Datafolha divulgado no final de julho. Mas o salto esperado pelo comitê da reeleição ainda não veio. Ao contrário, o Ipec reforça a solidez de Lula.

No cenário de primeiro turno, os demais presidenciáveis somam 9% das intenções de voto. Significa dizer que, se a eleição fosse hoje, Lula somaria 52% dos votos válidos. Estaria no limite da margem de erro para obter uma vitória no primeiro turno. A menos que Ciro Gomes (6%) derreta, a hipótese mais provável ainda é de uma eleição em dois turnos. Mas o presidente terá de ralar para esticar a disputa, sua prioridade no momento.

Desde que o instituto da reeleição foi criado, sob Fernando Henrique Cardoso, apenas um presidente prevaleceu na primeira etapa: o próprio FHC. Todos os demais obtiveram a reeleição no segundo turno. Nenhum chegou a este estágio da campanha, a 47 dias do pleito, em condição tão precária quanto a de Bolsonaro, sob risco real de perder.

Hoje, Bolsonaro seria surrado no segundo round por 51% a 35%. Lula cresce sete pontos na virada de um turno para outro. Bolsonaro, sobe apenas três pontos. Ao avaliar o desempenho do capitão como presidente, o Ipec verificou que apenas 37% aprovam sua maneira de governar. Ou seja: o pé direito do candidato é baixo. Pela pesquisa, seu potencial de crescimento seria de cinco pontos —dos 32% que se dispõe a votar nele no primeiro turno aos 37% que avaliam sua Presidência positivamente.

Bolsonaro ainda dispõe de trunfos. A inflação é cadente e os benefícios sociais vitaminados pela PEC da Eleição continuarão pingando nos bolsos do eleitorado pobre. O que frusta o comitê da reeleição é a resistência de Lula no Sudeste. Há empate técnico no Rio. Mas a vantagem de Lula em São Paulo é de dez pontos. Em Minas Gerais, 13 pontos. Se não virar nessas praças, Bolsonaro estará em apuros. Se não for beneficiado pelo imponderável, terá dificuldades para transformar a atual perspectiva de nocaute em reeleição.

Nesta terça, virá à luz nova pesquisa do Datafolha.

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