Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.
Venezuela e Cuba pagarão dívidas, diz Lula. Puxe uma cadeira. Ou um ronco!
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Na política, as palavras verdadeiras não costumam ser as mais agradáveis. E os discursos mais agradáveis geralmente não são verdadeiros. Na posse de Aloizio Mercadante no comando do BNDES, Lula tratou como um bom negócio os empréstimos concedidos em administrações petistas a outros países. Disse que Venezuela e Cuba deram o calote no banco porque o governo Bolsonaro "deixou de cobrar para ficar nos acusando". Assegurou que as dívidas serão pagas, pois os caloteiros "são todos países amigos do Brasil".
Uma mentira, mesmo quando repetida um milhão de vezes, não vira verdade. O mentiroso mais perigoso é aquele que convence a si mesmo das inverdades que conta. A inadimplência das ditaduras companheiras começou em 2017, sob a Presidência de Michel Temer. Só o espeto da Venezuela soma R$ 6 bilhões. Não há sinal da presença de venezuelanos ou cubanos na fila do caixa do BNDES. A hipótese de pagamento é vista como remota.
Na definição do poeta Mario Quintana, a mentira é uma verdade que esqueceu de acontecer. Lula dispõe de uma oportunidade para corrigir a amnésia de suas verdades. Se os caloteiros são "amigos", decerto liquidarão as suas dívidas se o próprio Lula tornar-se o cobrador dos empréstimos temerários que o petismo concedeu.
A essa altura, a tesouraria do BNDES, agora sob a presidência de Aloizio Mercadante, já deve ter iniciado a contagem regressiva. Se você não quiser ficar cansado, convém puxar uma cadeira. Ou um ronco.
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