Ricardo Nunes avança sobre Marçal com apetite canibal
Noutros tempos, imaginava-se que a autofagia era uma doença da esquerda. O apetite com que a campanha de Ricardo Nunes avança sobre Pablo Marçal revela que o canibalismo também é coisa da direita.
Com receio crescente de ser engolido, Nunes liberou a marquetagem de sua campanha para mastigar a biografia de Marçal. A trituração ocorre nas inserções eleitorais levadas ao ar durante a programação das emissoras de rádio.
Nesta terça-feira, uma voz feminina soou assim na propaganda da coligação de Nunes: "Gente, vamos conhecer melhor o Pablo Marçal? Digita no Google aí: áudio Marçal Polícia Federal." Em outra peça, os ouvintes são instados a procurar na internet por "Marçal PCC".
Simultaneamente, o governador Tarcísio de Freitas intensifica sua participação em eventos da campanha de Nunes. Numa pregação prematura do voto útil, Tarcísio alardeia que a opção por Marçal é um "serviço" que a direita presta à candidatura esquerdista de Guilherme Boulos.
Fugindo do ritual antropofágico que mobiliza a direita em São Paulo, Bolsonaro mantém um pé em cada canoa. Descobre da pior maneira que já não conduz os seus devotos. Observa a evolução das pesquisas no pressuposto de que conseguirá optar por um dos lados antes de ser devorado pelas circunstâncias.
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