Paraguaios condenados por tráfico de drogas escalam alambrado e fogem em SP
Os paraguaios Cristhian Ivan Alvarez Mendoza, 29, e Cristhiam David Busto Velazquez, 28, condenados por tráfico de drogas, fugiram da Penitenciária de Itaí (SP), na tarde de domingo (14). Ambos cumpriam pena na ala de regime semiaberto.
Essa é a segunda fuga em 20 dias, dizem agentes penitenciários, em unidade de regime semiaberto no estado. No Natal, sete detentos fugiram danificando o alambrado no CDP (Centro de Detenção Provisória) do Belém, na zona leste paulistana.
Segundo agentes, os paraguaios estavam no banho de sol com outros detentos, por volta das 14h10, quando escalaram o alambrado, passaram por uma cerca, correram em direção a um canavial e desapareceram.
Os servidores responsáveis pela vigilância e escolta dos presidiários foram avisados sobre a fuga pelos colegas de plantão, mas não conseguiram localizar os dois traficantes de drogas.
As suspeitas são de que ambos seguiram para o Paraguai.
Mendoza estava com a família
Mendoza estava preso desde 22 de julho de 2023. Ele foi flagrado transportando 1,2 tonelada de maconha em uma carreta Scania, com placas do Paraguai, em uma estrada de Ourinhos (SP). A droga estava escondida em meio a uma carga de pó de vidro.
A prisão foi feita por policiais militares rodoviários. Segundo os agentes, o paraguaio também levava no caminhão a mulher dele e três filhos. A participação dela no crime não foi comprovada e, por isso, acabou ouvida e liberada.
Em depoimento à Polícia Federal, Mendoza afirmou que a droga seria entregue em Guarulhos, na região metropolitana de São Paulo. Em 24 de novembro do ano passado, a 1ª Vara Federal de Ourinhos condenou o réu a 6 anos de prisão em regime semiaberto.
Velazquez receberia US$ 70 mil
Velazquez, compatriota de Mendoza, foi preso com 50 kg de cocaína e 7 kg de maconha em 16 de julho de 2023. A droga foi encontrada por policiais militares rodoviários durante uma operação contra o tráfico realizada em uma estrada na região de Santa Cruz do Rio Pardo (SP).
A cocaína e a maconha estavam escondidas na cabine de uma carreta Scania, também com placas do Paraguai. Velazquez contou aos policiais que recebeu a droga em Foz do Iguaçu (PR) e levaria para a capital paulista. Ele acrescentou que ganharia US$ 70 mil (cerca de R$ 340 mil) pelo serviço.
Em 25 de setembro do ano passado, a 1ª Vara Federal de Ourinhos condenou Velazquez a 8 anos e 1 mês de prisão, no regime semiaberto. Agentes penitenciários acreditam que os dois paraguaios integravam a mesma quadrilha de narcotraficantes.
No regime semiaberto, o sistema é mais brando. Alguns presos saem para trabalhar e voltam no final da tarde. As unidades, geralmente, não têm muralhas, mas alambrados.
As alas do semiaberto de onde os paraguaios fugiram ficam no mesmo complexo da Penitenciária de Itaí que até pouco tempo atrás mantinha encarcerados, em regime fechado, estrangeiros e era conhecida como "torre de babel" por abrigar presos de diversas nacionalidades.
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Quero receberA reportagem não conseguiu contato com a defesa de Cristhian Ivan Alvarez Mendoza e Cristhiam Davi Busto Velazquez, mas publicará a versão dos advogados de ambos, assim que houver manifestação.
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