Topo

Leonardo Sakamoto

Apesar de discussões, Lula segue convicto sobre manter Tatto no páreo em SP

                    - SéRGIO CASTRO/ESTADãO CONTEúDO
Imagem: SéRGIO CASTRO/ESTADãO CONTEúDO

Colunista do UOL

16/10/2020 02h00

Receba os novos posts desta coluna no seu e-mail

Email inválido

Pesquisa Ibope, divulgada nesta quinta (15), mostra que tanto Guilherme Boulos (PSOL) quanto Jilmar Tatto (PT) cresceram desde o último levantamento do instituto, ainda que dentro da margem de erro.

A coluna apurou que o ex-presidente Lula continua não trabalhando com a hipótese de seu partido abrir mão da candidatura própria na capital paulista em nome do coordenador do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto) - ainda mais após o resultado do Ibope.

Para ele, o PT deve seguir com sua candidatura até o final do primeiro turno. E opiniões diferentes a isso dentro do partido não refletem seu posicionamento.

Boulos estava com 8% das intenções de voto, no dia 2 de outubro, e passou para 10% neste levantamento. Tatto foi de 1% para 4% no mesmo período. Como a margem de erro é de três pontos percentuais para mais ou para menos, Boulos podia ter entre 5% a 11% das intenções de voto na pesquisa anterior e passou para 7% a 13%. Já Tatto, que tinha de zero a 4%, passou para 1% a 7%.

Celso Russomanno (Republicanos) lidera com 25%, seguido por Bruno Covas (PSDB), 22%, Boulos, Márcio França (PSB), 7%, Tatto e Arthur do Val (Patriota), 2%.

A possibilidade de o PT abrir mão da candidatura em nome do PSOL, em São Paulo, foi novamente aventada nos últimos dias por nomes do Partido dos Trabalhadores. Mas a coluna conversou com lideranças de ambas as legendas que disseram que a chance de virem a andar juntas até o final do primeiro turno é praticamente nula.

Uma engenharia nesse sentido, que poderia envolver até candidaturas em outras cidades, demandaria uma negociação e a aceitação dos atores envolvidos. E apesar de movimentações públicas e outras de bastidores de nomes do PT, o PSOL não foi procurado para diálogos sobre isso. E acredita que eles não vão acontecer.

Ao mesmo tempo, Lula não deve fazer nenhum movimento nesse sentido, nem a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, ou o presidente estadual do partido, Luiz Marinho - estes dois últimos, fiadores da campanha de Tatto.

"Se tivesse que ter feito, seria antes, nas prévias", disse um cacique petista. "Lula vai deixar o barco rolar até o fim do primeiro turno. A discussão pública sobre apoiar ou não Boulos das últimas semanas tem mais a ver com disputas internas do PT", afirma uma liderança psolista.

Ouvidos de ambos os lados, contudo, acreditam que da mesma forma que já aconteceu em corridas eleitorais anteriores, há grande chance de uma migração natural da esquerda em direção ao melhor colocado na semana anterior a 15 de novembro, dia da votação, em uma espécie de voto útil. Independentemente da vontade de qualquer pessoa.