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Bolsonaro na Globo serviu para entreter rede social, diz diretor da Quaest
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Bolsonaro obteve 65%, em média, de menções negativas nas redes sociais frente a 35% de menções positivas, em média, durante o período da entrevista que concedeu ao Jornal Nacional, da TV Globo, na noite desta segunda (22), de acordo com levantamento da Quaest.
"A média de engajamento negativo nas redes ficou próximo do percentual de rejeição que o presidente tem nas pesquisas, reforçando a tese de que as pessoas não estão buscando se informar com a entrevista, apenas se entreter", afirmou à coluna o diretor do instituto, Felipe Nunes.
De acordo com o sistema de monitoramento do instituto, 9 milhões foram impactados, em média, por postagens realizadas sobre a entrevista durante a sua exibição, entre às 20h30 e às 21h10. No total, foram mais de 200 milhões de visualizações a posts sobre o assunto avaliadas.
Os três melhores em que o presidente mais recebeu críticas nas redes foram quando ele falou de a) urnas eletrônicas e discutiu-se o risco de um golpe de Estado, b) quando falou da sua atuação na pandemia de covid-19 e c) ao falar dos casos de corrupção em seu governo.
E os três momentos em que ele teve mais menções positivas nas redes foram a) por conta do debate travado com William Bonner sobre ter chamado ministros do Supremo Tribunal Federal de "canalhas", b) quando diz ter assumido um compromisso com o resultado da eleição [ele, de fato, não assumiu, pois condicionou às eleições estarem de acordo com o que acredita serem transparentes] e c) ao falar sobre a sua aliança com o centrão.
A proporção das reações positivas indica que ele falou bastante com os seus próprios seguidores, uma vez que são temas que causam tração entre aqueles que já concordam com ele.
Enquanto isso, as pautas que seriam centrais para ele avançar com os grupos em que precisa de votos, como os mais pobres e as mulheres, nem aparecem na nuvem dos assuntos mais falados, segundo a Quaest.