Ex-CEO da Americanas nega ser foragido e diz que extradição é impossível
A defesa do ex-CEO da Americanas, Miguel Gutierrez, nega que o executivo seja um foragido da Justiça. Seus advogados afirmam ainda que ele não foi preso e está sob medidas cautelares em casa.
Em conversa com a coluna, os advogados argumentam que Gutierrez informou às autoridades brasileiras seu endereço há mais de um ano e que já prestou depoimentos em diferentes processos no Brasil.
"Querem fazer um dele um foragido para justificar a prisão preventiva, mas isso não é verdade. Nunca houve qualquer dificuldade de acesso", disse um dos defensores.
A prisão preventiva de Gutierrez decretada pela Justiça brasileira após o pedido da Polícia Federal só se justificaria pelo fato do executivo estar no exterior, já que os fatos já não estão mais ocorrendo e ele não tem mais poder para influenciar nas investigações.
Os advogados contaram como foi a abordagem da polícia espanhola. Segundo eles, os policiais chegaram na residência, aguardaram a chegada da defensora local, o executivo então se dirigiu a delegacia onde prestou depoimentos diante da polícia federal espanhola, do ministério público, e do juiz.
Posteriormente foi liberado mediante medidas cautelares como a retenção do passaporte, mas não chegou a ser preso. Ele agora tem que se apresentar periodicamente às autoridades.
Segundo a defesa, Gutierrez não pode ser extraditado para o Brasil, porque ele é espanhol. Pelas leis da extradição, ele poderia até ser julgado na Espanha, mas não encaminhado ao Brasil.
As acusações contra o ex-CEO da Americanas envolvem crimes de uso de informação privilegiada, manipulação de mercado e associação criminosa, lavagem de dinheiro. Ele nega todas as acusações.
Pessoas próximas a Gutierrez, que também conversaram com a coluna, dizem que querem fazer dele o "topo da pirâmide" para ocultar qualquer participação do 3G, os empresários Jorge Paulo Lehmann, Marcel Telles e Beto Sicupira, acionistas da empresa.
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