Presidente da Funai testa positivo para novo coronavírus
O presidente da Funai (Fundação Nacional do Índio), o delegado de Polícia Federal Marcelo Xavier, testou positivo para o novo coronavírus. O teste foi feito ontem e o resultado foi informado à Funai nesta quarta-feira (8). Xavier está em casa desde o início da semana.
A Funai afirmou que "tem tomado todas as medidas para resguardar a saúde e o bem-estar dos servidores frente à pandemia do novo coronavírus, seguindo protocolo do Ministério da Saúde".
Com o resultado do exame positivo do presidente, segundo a Funai, "os servidores e colaboradores do Gabinete da Presidência [do órgão] foram colocados em regime de quarentena, passando a trabalhar remotamente. Também foram realizados procedimentos de assepsia e descontaminação nas dependências do órgão".
A Funai recomenda "a todos que tiveram contato com o presidente nos últimos dias que monitorem o seu estado de saúde e comuniquem imediatamente à presidência o surgimento de eventuais sintomas".
O estado de saúde de Xavier é considerado bom e ele está usando azitromicina e hidroxicloroquina, remédios cuja eficácia contra a covid-19 não é confirmada por estudos científicos.
Não há registro, na agenda do presidente Jair Bolsonaro, de que ele tenha se encontrado com Xavier nos últimos 14 dias - período que vem sendo considerado pelos especialistas como o tempo de incubação da doença. Nesta terça-feira (7), Bolsonaro disse que seu teste deu positivo para a presença do vírus.
Há onze dias, em 27 de junho, Xavier participou de uma cerimônia com lideranças indígenas e a ministra Damares Alves (Mulher, Família e Direitos Humanos) em São José (SC) para marcar início de distribuição de cestas básicas na região durante a pandemia. Imagens feitas pelo ministério mostram que Xavier não usou máscara na hora do seu discurso. Em imagens de outros momentos do evento, contudo, é possível ver que o presidente da Funai utilizou a proteção.
O mesmo local onde o evento foi realizado, a Coordenação Regional Litoral Sul da Funai em São José (SC), fez testes rápidos de diagnóstico da covid-19 entre os servidores da unidade, segundo a Funai informou em texto distribuído à imprensa nesta terça-feira (7).
De acordo com a Funai, a Coordenação é "responsável pelo atendimento de 60 comunidades indígenas do povo guarani e outras dez do povo xokleng distribuídas pelos estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul". O coordenador regional, Eduardo Remus Cidreira, disse à comunicação da Funai que "há uma preocupação constante com a saúde da população indígena em razão do atendimento cotidiano realizado pela Funai nas aldeias".
A coluna apurou que já houve cinco casos confirmados de covid-19 dentro da sede da Funai, em Brasília. Os casos geram grande preocupação porque o prédio é frequentado por indígenas. Eles têm vindo em número cada vez menor, por causa da pandemia, mas bastaria uma contaminação para espalhar o vírus em uma terra indígena, onde a vida em comum é maior do que nos centros urbanos.
Na segunda quinzena de maio, após a confirmação do primeiro caso entre servidores do órgão, no dia 16 daquele mês, a Funai foi procurada pela coluna. Até aquele momento, segundo o órgão, 64% do quadro funcional se encontrava em atividade remota, o que representava 322 do total de 496 servidores na sede.
A Funai confirmou que essa proporção de trabalho remoto continua no órgão.
Em maio, a Funai disse ainda que "todas as medidas de precauções têm sido tomadas para resguardar a saúde e o bem-estar de seus servidores neste momento de pandemia decorrente do novo coronavírus". "Vale lembrar que a Funai flexibilizou o expediente presencial desde o último dia 17 de março, com adoção do regime de teletrabalho para seus servidores, quando publicou orientações e diretrizes gerais propondo nova rotina laboral diante da pandemia da covid-19."
Segundo a Funai, "os procedimentos e orientações dadas pela Diretoria de Administração e Gestão trazem dentre outras questões: a possibilidade de pedido de trabalho remoto aos servidores do grupo de risco, bem como daqueles que coabitam com pessoas em situação de risco; a permissão de expediente em turnos de revezamento, possibilitando assim o espaçamento mínimo de 2 metros entre os servidores e colaboradores, bem como a diminuição da presença física no ambiente de trabalho".
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