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Ao ultrapassar Alvaro Dias, Moro corre o risco ficar marcado como traidor
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Candidato a reeleição, o senador Alvaro Dias (Podemos-PR) tem andado pelos corredores do Congresso com cara de poucos amigos desde que o ex-juiz Sergio Moro (União Brasil) se dispôs a também concorrer ao Senado pelo Paraná.
Alvaro Dias suspeitava que poderia acontecer o que as pesquisas agora anunciam: Sergio Moro é um forte candidato a tomar o seu lugar junto ao eleitorado do estado. O problema é que o senador do Podemos foi quem mais incentivou Moro a entrar na política.
Ambos tinham combinado que o ex-juiz seria candidato a presidente da República. E Alvaro Dias fez de tudo para filiar o aliado ao Podemos, partido que manteve a todo tempo o espaço aberto para Moro concorrer ao Planalto. Mas o ex-juiz achou que o União Brasil lhe ofereceria maior estrutura na corrida à Presidência e, na última hora, abandonou o Podemos e Alvaro Dias.
Inexperiente na política, Moro não percebeu a falta de interesse do União Brasil em tê-lo como candidato. Para piorar as coisas, a Justiça vetou a transferência do seu título eleitoral para São Paulo e ele teve que voltar ao Paraná.
O resultado é que, para manter suas ambições, Sergio Moro terá que bater de frente com Alvaro Dias. Ruim para o senador, daí porque ele anda irritado. Mas também pode ser muito ruim para o ex-juiz.
Sergio Moro corre o sério risco de sair dessa disputa eleitoral não só com a fama de um juiz incompetente que agiu com suspeição e interesses políticos no julgamento do ex-presidente Lula (PT). Pode acabar marcado como um candidato cuja ambição o fez trair até mesmo aqueles que se mostraram mais fiéis em sua ainda curta trajetória política.
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