Tales Faria

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Nunes Marques é a dúvida no recurso contra anulação de provas da Lava Jato

O voto do ministro Kassio Nunes Marques deve ser decisivo, se a Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) tiver mesmo que analisar o anunciado recurso da Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR) contra a anulação das provas da Lava Jato.

Bolsonaristas acreditam que ele deve votar a favor do recurso, já que foi indicado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro para o STF. Nunes Marques é apontado, junto com André Mendonça, como um ministro fiel ao ex-presidente.

Para os aliados de Bolsonaro, a decisão de Toffoli beneficia o atual mandatário do Planalto, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.O ministro anulou todas as provas obtidas pela Lava Jato a partir do acordo de leniência com a construtora Odebrecht, inclusive as que atingiam Lula.

Mas Kassio Nunes também é considerado um garantista, contrário à forma como atuou a força-tarefa da Lava Jato, comandada pelo então juiz Sérgio Moro.

Publicamente, o ministro evita tecer críticas à operação. Mas, nas conversas reservadas precederam sua sabatina no Congresso, ele deixou claro a alguns senadores que não concordava com a forma como Moro e os procuradores agiram no caso.

Essa mistura de bolsonarismo com anti-lavajatismo rendeu-lhe uma aprovação expressiva no plenário do Senado. Com o apoio de bolsonaristas e petistas, Nunes Marques obteve expressivos 57 votos com apenas dez contrários.

Na Segunda Turma do STF, onde deve ser julgado o eventual recurso da ANPR contra decisão monocrática de Dias Toffoli, cinco ministros compõem o colegiado. Além de Nunes Marques e Toffoli, integram o grupo os ministros Gilmar Mendes, Edson Fachin e André Mendonça.

Toffoli apontou indícios de irregularidades no acordo e afirmou que a prisão do então ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi um dos maiores erros judiciários da história do país.

Bolsonaristas torcem pela derrubada da decisão. Contam que Fachin deve votar pela derrubada da decisão e têm grandes esperanças de que também André Mendonça o faça.

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Se assim ocorrer o placar na Segunda Turma ficaria em 2 a 2. O voto de Nunes Marques seria, então, decisivo. Mas, como se diz no ditado: decisão de juiz é uma caixinha de surpresas

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