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Foto em que agressor de Bolsonaro aparece ao lado de Lula é montagem

Arte/UOL
Imagem: Arte/UOL

Do UOL, em São Paulo

10/09/2018 18h13

A imagem que coloca o agressor do candidato a presidente Jair Bolsonaro (PSL) próximo ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) é uma montagem. O material manipulado digitalmente foi compartilhado em redes sociais, inclusive pelo senador Magno Malta (PR-ES).

Apoiador de Bolsonaro, Malta postou a imagem enganosa no Twitter e escreveu “Olha rm que time joga o marginal” (sic). Na montagem, o rosto de Adélio Bispo de Oliveira foi inserido na foto em que Lula aparece ao centro, ladeado pelos senadores Lindbergh Farias (PT-RJ) e Gleisi Hoffmann (PT-PR), presidente do Partido dos Trabalhadores, entre outros apoiadores. Um círculo vermelho, também inserido digitalmente, destaca o rosto de Adélio, o homem que atacou Bolsonaro na tarde da última quinta-feira (6) em Juiz de Fora (MG).

A foto original foi feita em maio de 2017 por Ricardo Stuckert, do Instituto Lula. Na ocasião, Lula prestou depoimento ao juiz Sérgio Moro, em Curitiba. A foto já foi reproduzida no site do PT, em portais e jornais. Um homem de óculos escuros aparece originalmente no lugar onde o rosto de Oliveira foi inserido digitalmente na última quinta.

A localização e a identificação da foto original são possíveis com ferramentas de busca reversa de imagem, como o TinEye.

Usuários da rede comentaram no tuíte de Magno Malta que aquilo se tratava de uma montagem. O senador acabou apagando a publicação ainda na quinta, mas o Comprova recuperou o tuíte do parlamentar usando o WayBack Machine, ferramenta que permite arquivar conteúdos mesmo depois de removidos da internet.

Antes de ser apagada, a postagem do parlamentar já tinha sido retuitada 1.267 vezes. A conta @HelioNogueiraTV também tuitou a foto acrescentando que Adélio é filiado ao PT, o que é falso. De acordo com dados do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Adélio Bispo de Oliveira foi filiado ao PSOL entre 2007 e 2014, o que foi confirmado por este partido. Ele não tem filiação partidária no momento, informação que pode ser verificada no site  Filiaweb, mantido pelo tribunal.

O general Hamilton Mourão (PRTB), candidato a vice de Bolsonaro, e Levy Fidelix, presidente do PRTB, também tentaram vincular Oliveira ao PT. Em nota, eles chegaram a dizer que o ataque foi feito “por um militante do Partido dos Trabalhadores”. Outros sites ainda associaram, erroneamente, o agressor ao PDT.

As agências "Aos Fatos" e "Lupa" e o portal "Congresso em Foco" também apontaram que a imagem do agressor próximo a Lula é uma montagem.

O material foi verificado pelo UOL e por outros veículos integrantes do projeto Comprova:”Jornal do Commercio”, “Nexo” e “Poder360”.

O Comprova é um projeto integrado por 40 veículos de imprensa brasileiros que descobre, investiga e explica informações suspeitas sobre políticas públicas, eleições presidenciais e a pandemia de covid-19 compartilhadas nas redes sociais ou por aplicativos de mensagens. Envie sua sugestão de verificação pelo WhatsApp no número 11 97045 4984.