Em sabatina, Boulos erra sobre condenações de Nunes e faltas na Câmara

FALSO. O UOL Confere identificou duas ações movidas contra o prefeito de São Paulo por campanha eleitoral antecipada neste ano. As duas foram apresentadas pelo PSOL e em nenhuma delas Nunes foi condenado.

Em uma das ação, a federação PSOL-Rede afirmou que a prefeitura "investiu em ações para torná-lo [Nunes] mais conhecido perante a população, especialmente nas regiões mais periféricas da capital, mediante o aumento de gastos públicos com publicidade destinada à sua promoção e a vinculação de obras e programas sociais à sua imagem pessoal". O juiz Rodrigo Marzola Colombini, da 2ª Zona Eleitoral de São Paulo, considerou o pedido improcedente por considerar que os eventos configuraram publicidade institucional regular da prefeitura, o que só é proibido no período oficial de campanha (aqui).

Na outra representação, movida pelo diretório paulistano do PSOL, o partido afirmou que um vídeo compartilhado no canal oficial da prefeitura (aqui) da transmissão da cerimônia de posse dos novos secretários de Nunes fez propaganda eleitoral antecipada. A ação não foi apreciada pela Justiça Eleitoral porque envolvia interesses da federação partidária que o PSOL forma com a Rede, mas foi apresentada de forma autônoma pelo PSOL, de acordo com o juiz Paulo Eduardo de Almeida Sorci (aqui).

Verifique lá no site as minhas faltas em sessões da Câmara. Eu tive uma falta em um ano e meio de mandato.
Guilherme Boulos

IMPRECISO. O deputado teve, ao todo, sete ausências justificadas em sessões no plenário da Câmara desde o início do mandato, em janeiro de 2023. Ele não teve nenhuma ausência não justificada. Além disso, foram quatro faltas justificadas e 25 não justificadas de reuniões das comissões temáticas da Casa (aqui).

O que quero discutir com todos os paulistanos é por que São Paulo é a cidade mais rica da América Latina e a população de rua quase triplicou nos últimos três anos.
Guilherme Boulos

EXAGERADO. A população de rua na cidade passou de 48.134 pessoas, em 2020, para 64.818, em 2023. Um aumento de 34% em três anos. Os dados são do OBPopRua (Observatório Brasileiro de Políticas Públicas com a População em Situação de Rua), da Universidade Federal de Minas Gerais (aqui e aqui). Em junho de 2024, esse número subiu para 80.369 (aqui). Ainda assim, esse aumento foi de 67%, bem inferior ao citado por Boulos.

A quantidade de moradores de rua também não triplicou pelas contas do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania. Neste caso, saltou de 35.240 (2020) para 54.812 (2023), alta de 55,5% (aqui).