TV da Pensilvânia fazia testes e não antecipou resultado de eleição nos EUA

Uma emissora de televisão dos Estados Unidos não antecipou os resultados das eleições durante uma transmissão de uma corrida da Fórmula 1, em 27 de outubro.

Na verdade, a WNEP-TV fazia testes para a apuração e os números não deveriam ter aparecido na tela. A própria empresa classificou o ocorrido como um "erro". Imagens do caso têm sido usadas para falsamente alegar fraude no pleito.

O UOL Confere considera distorcido conteúdos que usam informações verdadeiras em contexto diferente do original, alterando seu significado de modo a enganar e confundir quem os recebe.

O que diz o post

A publicação mostra o trecho de uma transmissão de uma corrida da Fórmula 1. Na parte inferior do vídeo, aparecem supostos resultados da votação para presidente dos Estados Unidos, nos quais Kamala Harris aparece com 52% dos votos e Donald Trump, 47%.

Sobrepostos às imagens, os seguintes textos: "URGENTE", "Breaking: A ABC foi PEGA transmitindo os resultados das eleições mostrando que Kamala venceu o Estado da Pensilvânia por 5 pontos de diferença, durante corrida da Fórmula 1" e "Já começaram as fr4udes do mecanismo".

A legenda diz ainda: "A rede de televisão americana ABC, acabou de transmitir ao vivo, em um ato falho e suspeito, um suposto resultado das eleições americanas; mostrando a Kamala como vencedora com 52% dos votos contra 47% de Trump".

Por que é distorcido

Números aleatórios "apareceram por engano" durante teste para a cobertura da eleição. Em nota (aqui, em inglês) divulgada no domingo (27), a WNEP-TV, afiliada da ABC na Pensilvânia, disse que "esses números não deveriam ter aparecido na tela" e classificou o ocorrido como um erro: "Os números vistos na tela foram resultados de testes gerados aleatoriamente e enviados para ajudar as organizações de notícias a garantir que seus equipamentos estejam funcionando corretamente antes da noite das eleições. Os números não refletiam nenhuma contagem real de votos. (...) A WNEP lamenta o erro e pede desculpas por qualquer confusão. Tomamos medidas para garantir que isso não aconteça novamente".

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Votação por correspondência já começou no país, mas contagem no estado não. Lei da Pensilvânia não permite retirada dos envelopes das cédulas enviadas pelo correio antes das 7h do dia 5 de novembro. "Nenhum voto de qualquer tipo será contado na Pensilvânia até que as urnas fechem às 20h00", disse a emissora. Isso pode variar de estado para estado (aqui). Além disso, há mecanismos para evitar fraudes (aqui).

Nos EUA, os votos podem ser realizados de três maneiras: presencialmente no dia da eleição, de forma antecipada e presencial, ou via correio, enviando o voto dias ou até semanas antes. Quando há um grande número de votos enviados pelo correio, como em 2020, o processo de apuração tende a ser mais demorado.

Sistema de eleição diferente. Ao contrário do que ocorre no Brasil, a eleição dos Estados Unidos é indireta, decidida por meio de delegados que formam o Colégio Eleitoral. Os eleitores votam em seus candidatos e cada estado tem um peso para definir o eleito.

Vencedor não é definido por voto popular. Na prática, os candidatos disputam a maioria dos votos dos 538 delegados, e não apenas dos eleitores. Vence quem conquistar o apoio de 270 deles, mais um — o chamado "número mágico". Há duas exceções: Maine e Nebraska, que seguem o modelo proporcional. Aqui, dois delegados votam pelo estado todo e outro vota de acordo com o resultado distrital (aqui).

A postagem também foi verificada por Estadão e Aos Fatos.

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