Eleição dos Estados Unidos 2024: veja candidatos, regras e como é apuração

Ao contrário do que ocorre no Brasil, a eleição dos Estados Unidos é indireta, decidida por meio de delegados que formam o Colégio Eleitoral. Os eleitores votam em seus candidatos e cada estado tem um peso para definir o eleito. Abaixo, saiba tudo sobre as eleições americanas em 2024.

Quem são os candidatos?

Em 2024, a atual vice-presidente dos Estados Unidos, Kamala Harris, concorre pelo Partido Democrata após Joe Biden desistir da reeleição. O candidato a vice é o governador de Minnesota, Tim Walz.

Pelo Partido Republicano, concorre o ex-presidente Donald Trump, que comandou a Casa Branca entre 2017 e 2020. O empresário escolheu J. D. Vance, senador pelo estado de Ohio, para compor a chapa como vice.

Como candidatos foram definidos?

Candidatos foram escolhidos após primárias. Entre janeiro e junho do ano eleitoral, os dois principais partidos realizam votações internas pelos estados. Nas primárias, democratas e republicanos escolhem seu candidato preferido anonimamente. Os resultados definem a quantidade dos chamados delegados que cada vencedor terá.

Caucusus também definem candidatos. A nível de condado, distrito ou distrito eleitoral, são realizadas reuniões por cada partido político para a escolha do representante, chamadas de Caucusus. O número de delegados dado a cada candidato é baseado no número de votos que eles receberam nesta "assembleia", assim como acontece nas primárias.

O sistema norte-americano também permite candidaturas independentes. Neste ano, o advogado Robert F. Kennedy Jr., sobrinho do ex-presidente John F. Kennedy, chegou a se lançar como presidenciável, mas suspendeu a campanha no final de agosto e anunciou apoio a Trump.

Quem são os delegados na eleição americana?

Na maioria dos casos, as pessoas escolhidas para serem delegadas são membros ativos do partido, líderes ou apoiadores iniciais de um dos candidatos. Cada um dos 50 estados do país possui uma quantidade de delegados proporcional ao número de habitantes. São eles que vão votar nas convenções e formar o Colégio Eleitoral, responsável pelo voto final no dia da eleição — o que configura o modelo indireto.

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Há dois tipos de delegados. Aqueles "comprometidos" devem apoiar o candidato que lhes foi atribuído por meio do processo primário ou de caucus. Já os chamados "superdelegados" são independentes e podem apoiar o representante de sua preferência.

Convenções nacionais dão a palavra final. Os delegados estaduais das primárias e caucuses selecionados para representar o eleitor agora endossam seus candidatos nas convenções nacionais, que ocorrem de julho a setembro. Aqui, também é feito o anúncio oficial dos concorrentes à vice-presidência. Assim, é dada a largada oficial para as campanhas pelo país.

Quando é o dia da eleição e quem pode votar?

Pela lei, a eleição americana acontece sempre na primeira terça-feira após a primeira segunda-feira de novembro. Quando as pessoas depositam a cédula na urna, elas estão, na verdade, votando nos delegados — também chamados de eleitores — que vão definir realmente quem será o próximo presidente do país.

Votação pode começar antes do "Dia D". Este ano, a eleição está marcada para 5 de novembro, mas 47 dos 50 estados permitem o voto antecipado. A população pode enviar a cédula pelos Correios ou depositá-la em urnas. Alabama, Mississippi e New Hampshire são os únicos estados que não permitem essa modalidade.

Nos EUA, o voto não é obrigatório e a maioria dos cidadãos acima de 18 anos está apto a participar do processo, o que equivale a 240 milhões de pessoas. Com exceção da Dakota do Norte, todos os estados exigem um registro eleitoral. O cidadão que não participou das primárias ou caucasus tem o direito de votar normalmente no dia da eleição.

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Como funciona a apuração nos EUA?

Vencedor não é definido por voto popular. Na prática, os candidatos disputam a maioria dos votos dos 538 delegados, e não apenas dos eleitores. Vence quem conquistar o apoio de 270 deles, mais um — o chamado "número mágico". Há duas exceções: Maine e Nebraska, que seguem o modelo proporcional. Aqui, dois delegados votam pelo estado todo e outro vota de acordo com o resultado distrital.

Candidato pode ganhar voto popular, mas perder Colégio Eleitoral. Considerando que cada estado tem uma quantidade específica de delegados, que formam o Colégio Eleitoral, o peso de algumas regiões é maior do que de outras no resultado final. Em 2016, por exemplo, o republicano Donald Trump foi eleito mesmo após a democrata Hillary Clinton ter recebido mais votos da população. À época, Califórnia, Pensilvânia e Texas foram protagonistas da disputa: na soma, Trump conquistou três delegados a mais no Colégio Eleitoral, mesmo tendo quase três milhões de votos populares a menos do que Clinton.

O que são os swing states? Os estados indecisos, que historicamente não pendem para um partido ou outro, têm um grande papel nas eleições americanas. Em 2024, Arizona, Geórgia, Michigan, Nevada, Carolina do Norte, Pensilvânia e Wisconsin são considerados swing states. Juntas, essas regiões detêm os votos de 93 delegados que podem definir o comando da Casa Branca.

Contagem de votos não é imediata. Na maioria dos casos, uma projeção do vencedor é anunciada na noite da eleição em novembro. Mas a votação real do Colégio Eleitoral acontece em meados de dezembro, quando os eleitores se reúnem em seus estados.

E em caso de empate? Caso a votação termine empatada ou sem maioria, cabe à Câmara dos Deputados escolher o presidente. Cada estado tem direito a um voto. Nesse caso, participam do processo os deputados recém-eleitos, e não os que já estavam no cargo. Isso aconteceu duas vezes na história americana, em 1800 e 1824.

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Neste ano, os cidadãos também vão escolher os novos membros do Congresso. A posse do próximo presidente dos Estados Unidos está marcada para 20 de janeiro de 2025.

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