Greve de ônibus prejudica trânsito em BH; 25 ônibus foram depredados, diz sindicato
Atualizada às 10h22
A greve dos rodoviários de Belo Horizonte, em Minas Gerais, e região metropolitana deixa vários pontos de congestionamento nas ruas da capital mineira por causa do número excessivo de veículos nas ruas, nesta segunda-feira (15).
Segundo a assessoria do Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Belo Horizonte (Setra-BH), 90% dos ônibus da frota da capital estão circulando na manhã de hoje. Sindicalistas procurados pela reportagem do UOL Notícias até o momento não atenderam aos pedidos de avaliação do movimento grevista.
Já a BHTrans, empresa que gerencia e fiscaliza o tráfego na capital, informou há pouco que 50% da frota está circulando em Belo Horizonte. Segundo o órgão, os pontos de embarque mais afetados são as do Barreiro e Diamante, localizadas na região do Barreiro, onde a circulação corresponde a 30% dos coletivos. A estação de Venda Nova está funcionando normalmente.
Durante a madrugada, a Polícia Militar registrou ocorrências de ônibus apedrejados, sendo que em uma delas três homens foram presos. Segundo o Setra-BH, foram contabilizados 25 ônibus depredados. A estação Diamante, na região do Barreiro, é a que apresenta o menor fluxo de circulação de ônibus até o momento. Os ônibus que saem das empresas estão sendo escoltados por carros da Polícia Militar, e a Prefeitura de Belo Horizonte autorizou os táxis a rodarem na modalidade lotação.
Movimento grevista
Após assembleia realizada na tarde deste domingo (14), rodoviários de Belo Horizonte e região metropolitana decidiram retomar greve a partir da meia-noite de hoje. No último dia 22 de fevereiro, a categoria deflagrou paralisação que trouxe transtornos a aproximadamente 1,5 milhão de passageiros.
De acordo com Denílson Dorneles, coordenador político do Sindicato dos Trabalhadores no Transporte Rodoviário de Belo Horizonte e Região (STTRBH), a pauta de reivindicação pede melhoria salarial e melhores condições de trabalho. Eles reclamam 37% de aumento nos vencimentos e redução da jornada de trabalho para seis horas diárias, além do fim da função dupla do motorista e término da compensação de horas extras.
Segundo o dirigente, a greve de fevereiro somente foi suspensa para que as negociações avançassem, e ela está sendo retomada porque patrões e empregados não chegaram a um consenso.
Na última paralisação, o Tribunal Regional do Trabalho (TRT) de Minas Gerais determinou multa diária de R$ 300 mil aos sindicatos que representam os trabalhadores, caso a greve fosse mantida.
“Baixamos a nossa proposta, que era de 37% de reajuste nos salários, para 12%, mas mesmo assim, não houve acordo com os patrões”, revelou Dorneles.
As empresas de transporte coletivo da região metropolitana de Belo Horizonte informaram que já haviam apresentado ao sindicato uma proposta de reajuste (4,36%). Em nota divulgada durante o movimento de fevereiro, as empresas informaram que o percentual colocaria os trabalhadores do setor entre os de maior remuneração, considerando os salários pagos em todas as capitais do país.
Sobre a nova paralisação, a assessoria de imprensa do Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Belo Horizonte (SETRA-BH) disse que o posicionamento da entidade é aguardar a resolução do impasse via TRT. Em relação aos transtornos causados à população, a assessoria informou que serão aceitas, a partir de hoje em todas as empresas de transporte coletivo, inscrições de trabalhadores que serão chamados para eventual substituição dos funcionários em greve.
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