Alagoas recebe militares da Força Nacional para conter saques e realizar buscas
Alagoas recebeu nesta quinta-feira (24) um grupo com 77 militares da Força Nacional, que vai reforçar a segurança nas cidades atingidas pelas enchentes e nas rodovias que ligam esses municípios. O pedido de reforço foi feito pela Secretaria de Estado da Defesa Social, já que há denúncias de saques e furtos nos municípios destruídos. Vários Estados contribuíram também com envio de equipes de bombeiros, médicos e equipamentos.
Os casos de furtos e a ameaça de saques estão presentes em quase todas as cidades mais atingidas pelas enchentes. Muitos moradores de Rio Largo e Branquinha relataram à polícia que, ao retornarem após o nível do rio Mundaú baixar, perceberam que objetos foram furtados. Há relatos também em outros municípios.
A Polícia Militar de Alagoas informou que aumentou o efetivo nas cidades atingidas, deslocando também homens do Batalhão de Polícia Ambiental para oferecer segurança aos moradores.
O governador Teotonio Vilela Filho também pediu a colaboração da reserva técnica de militares. Mil desses militares, que ainda aguardam a nomeação do Estado prometida para segunda-feira, foram convocados a ajudar nas operações.
Na noite da última terça-feira, moradores de Murici relataram que homens em motos passaram por algumas casas avisando que uma barragem da cidade tinha se rompido e que era necessário evacuar as residências imediatamente. Ao perceber que se tratava de um alarme falso, os moradores retornaram às casas e perceberam que elas tinham sido invadidas e furtadas.
"Não tenho mais cidade", diz prefeita
Moradores de Branquinha, no interior de Alagoas, relatam drama provocado pelas enchentes
Em Quebrangulo, no mesmo dia, um outro boato deu conta que a barragem da Carangueja teria se rompido e iria destruir a cidade. Técnicos da Companhia de Saneamento foram ao local e perceberam que não havia risco. Moradores também reclamam de roubos na cidade.
"Mesmo sendo boato, 20 pessoas deram entrada no hospital. Duas delas tiveram infarto. Foi pior que a enchente. Tive que pegar um carro de som e sair às ruas para tranquilizar as pessoas que aquilo era mentira”, contou o prefeito Marcelo Lima.
Em Alagoas, foram registradas 29 mortes por conta das cheias. Ao todo, 26.618 estão desabrigados e 47.897 desalojados. Segundo a Defesa Civil Estadual, 607 pessoas estão desaparecidas. Já em Pernambuco, são 16 mortes, 53.518 desalojados e 24.552 desabrigados.
Buscas e atendimentos contam com apoio
Além do governo federal, os governos dos Estados e autarquias também estão ajudando Alagoas na busca por corpos, entrega de donativos e atendimentos médico aos desabrigados.
A operação de busca por mortos nos escombros está sendo feita por equipes de militares de Alagoas, Sergipe e São Paulo. Seis cães farejadores - quatro deles emprestados ao Estado - estão ajudando na procura dos desaparecidos. O animais vão agir em São José da Laje, Branquinha, União dos Palmares, Murici, Rio Largo e Santana do Mundaú.
Helicópteros da Aeronáutica, da Polícia Rodoviária Federal e da Chesf (Companhia Hidrelétrica do São Francisco) foram cedidos para ajudar nas operações de busca na margem dos rios e na entrega de donativos e remédios às comunidades mais isoladas. A Marinha também colabora com militares e equipamentos náuticos.
Nesta quarta-feira chegaram a Alagoas médicos militares do Rio e Janeiro, que vão trabalhar no hospital de campanha que deve ser montado aina hoje na cidade de Santana do Mundaú. Eles vão trabalhar na unidade, que foi cedida pelo governo fluminense.
Médicos de São Paulo, especialistas em atendimentos às vítimas de catástrofes, prestam atendimento, desde o início da semana, aos moradores de Branquinha, onde cerca de 80% da cidade foi inundada na última sexta-feira pelo rio Mundaú. Trinta bombeiros paulistas e equipamentos como botes e material de mergulho também foram cedidos para ajudar Alagoas.
Segundo a Defesa Civil, os Estados do Ceará, Rio Grande do Sul e Minas Gerais colaboraram com envio de mantimentos aos desabrigados. São Paulo também enviou remédios e material farmacêutico.
Cidades que decretaram calamidade pública
* Com informações da Agência Brasil
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