Cartórios de Alagoas perdem todos os livros de registro por causa das chuvas
Oito cartórios do Estado de Alagoas foram atingidos pelas chuvas que atinge a região desde o fim de semana. Segundo a Associação dos Notários e Registradores do Brasil (Anoreg-BR), alguns deles chegaram a perder todos os livros de registro.
Este é o caso do cartório de registro de imóveis do município de Murici (60 km de Maceió). De acordo com a entidade, a empresa responsável pela restauração dos livros na tragédia de São Luiz do Paraitinga, inundado em janeiro deste ano, já está a caminho de Alagoas para tentar recuperar o material encontrado.
Além do cartório de Murici, os localizados nos municípios de Rio Largo, Branquinha e Quebrangulo foram os mais prejudicados pelas chuvas.
“Nossa maior preocupação é com a situação dos registros de imóveis. As certidões de nascimento perdidas são mais fáceis de serem refeitas. No caso do registro imobiliário não sabemos nem como orientar a população. Acreditamos que os proprietários que perderem as escrituras dos terrenos terão que requerer uso capião das terras. O problema é que isso trará um ônus para a população, que não tem culpa da tragédia”, explica o presidente da Anoreg-AL, Manoel Iran Vilar Malta.
Segundo Malta, a entidade já entrou em contato com o Tribunal de Justiça do Estado para saber como os cartórios deverão proceder nesses casos para ajudar os cidadãos dessas cidades. “Pedimos também que os cartórios atingidos façam um levantamento dos livros perdidos para que nós possamos avaliar o tamanho da tragédia”, finaliza.
A Anoreg tem incentivado e orientado os associados para que invistam na digitalização dos livros de registro. Cerca de 500 unidades em todo o país, grande parte deles responsáveis pelo registro imobiliário, já possuem todo o arquivo em formato digital.
Estado reduz número de desabrigados
A Defesa Civil de Alagoas informou, na tarde desta quinta-feira (24), que o número de pessoas desaparecidas no Estado após as cheias da semana passada caiu de 607 para 135. No início da semana, no primeiro balanço após as enchentes, o órgão chegou a afirmar que mais de 1.000 pessoas estavam desaparecidas.
A redução ocorreu, segundo a Defesa Civil, porque as prefeituras de cidades atingidas retificaram o número de desaparecidos. Além disso, a Secretaria Nacional de Defesa Civil enviou profissionais aos municípios para confirmar e corrigir os dados sobre desaparecidos.
Cidades que decretaram calamidade pública
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