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Às vésperas das férias de julho, Alagoas apela para não perder turistas após caos das chuvas

Em Branquinha (Alagoas), os prédios públicos foram todos destruídos e o cenário é de guerra - Beto Macário/Especial para o UOL
Em Branquinha (Alagoas), os prédios públicos foram todos destruídos e o cenário é de guerra Imagem: Beto Macário/Especial para o UOL

Carlos Madeiro<br>Especial para o UOL Notícias<br>Em Maceió

25/06/2010 11h48

Em meio à catástrofe das enchentes que atingiram Alagoas, o governo estadual, os municípios e a classe empresarial lançaram uma campanha para garantir que o Estado não perca turistas durante as férias de julho.

Nesta quinta-feira (24), uma nota foi distribuída às agências e operadoras de turismo, além da imprensa, apelando para que não ocorram cancelamentos de pacotes e reservas em hotéis nos próximos dias. “Os turistas que desejam viajar a Maceió ou a qualquer outro destino turístico dos litorais Norte e Sul do Estado não precisam cancelar a viagem de férias, porque os municípios turísticos não foram afetados”, garante. “Cidades como Marechal Deodoro, Maragogi, Piranhas, Japaratinga, Coruripe e Penedo continuam com seus atrativos turísticos intactos”, diz a nota.

Segundo o setor turístico, as informações veiculadas pelos meios de comunicação despertaram dúvidas sobre a situação de Alagoas, o que já traz como reflexo os cancelamentos de pacotes. A preocupação também é que as pessoas que não fizeram reservas, mas pensavam em visitar Alagoas, desistam da viagem.

“É preciso preservar o destino turístico, pois num momento desses, você perder o principal motor da economia só vai agravar a situação. As pessoas que estão cancelando pacotes estão fazendo sem informações, porque Maceió não foi atingida, as cidades em calamidade não são roteiros. Os turistas podem vir sem problemas para o Estado, porque os pontos de visita estão intactos", afirmou o presidente da ABAV (Associação Brasileira de Agências de Viagens), Carlos Palmeira.

A secretária de Estado do Turismo, Danielle Novis, alega que já percebeu uma movimentação no sentido de cancelamentos de pacotes e reservas, mas informou que as cidades do litoral não tiveram prejuízos, assim como as rodovias, e todos os passeios estão mantidos normalmente. “Tivemos ontem [quinta-feira] aqui em Maceió um dia de sol, com temperatura de 27ºC. Ou seja, quase um dia de verão. O problema principal é porque Rio Largo, que foi afetada, fica na região metropolitana da capital, e as pessoas pensam que Maceió está debaixo d'água, o que não é verdade”, explicou.

Segundo ela, é importante fazer um apelo social para que as grandes operadoras não deixem de incentivar os turistas a visitarem Alagoas no inverno. “Julho é mês da alta temporada, e não podemos ter essa queda no fluxo, sob pena de deixarmos a economia ainda mais fragilizada. É uma questão social também, uma forma de ajudar essas vítimas”, disse.

A presidente da Associação de Hotéis e Pousadas da Região Norte, Virgínia Campanhol, explica que desde o início da semana a procura por informações dos clientes cresceu de forma significativa, especialmente em Maragogi, principal destino turístico da região.

“As pessoas que têm reservas ligam e sempre explicamos que, embora o Estado tenha sido atingido, a região turística foi preservada. Não há motivos para cancelamento de reservas, de viagens, porque tudo permanece inalterado na questão de passeios, lazer”, destacou.

Ao menos 28 municípios foram atingidos, dos quais 15 decretaram estado de calamidade pública e quatro estão em situação de emergência. Permanecem sem abastecimento de água as cidades de Branquinha, Murici, Paulo Jacinto, Capela e Jacuípe.

Cidades que decretaram calamidade pública