Famílias brasileiras encolhem, e sobe a proporção de casais sem filhos
As famílias brasileiras estão cada vez menores. Nos últimos dez anos, o número médio de pessoas por domicílio caiu de 3,4 para 3,1. Enquanto a quantidade de casais sem filhos subiu de 13,3% para 17%, a proporção de casais com filhos caiu de 55% para 47% entre 1999 e 2009.
Os núcleos familiares mais pobres, com renda mensal per capita de até meio salário mínimo, ainda puxam a média para cima e são formados por 4,2 pessoas em média. No Norte, este índice chega a 4,7. Já os mais ricos, que ganham mais de cinco salários mínimos, vivem com cerca de 2,3 pessoas por domicílio. No Sudeste, este índice cai para 2,2.
Os dados foram divulgados nesta sexta-feira (17) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e constam da Síntese dos Indicadores Sociais 2010, que analisa as condições de vida da população brasileira.
Evolução da família (%)
Tipo/Ano | 1999 | 2009 |
Casal sem filhos | 13,3 | 17,1 |
Casal com filhos | 55 | 47,3 |
Mulher sem cônjuges com filhos | 17,1 | 17,4 |
Outros tipos | 5,5 | 6,2 |
Segundo o levantamento, o Brasil já assimilou os padrões modernos de formação, dissolução e reconstituição de família. O casamento já não é tão central e as realidades são cada vez mais heterogêneas. Aumentaram as uniões consensuais, inclusive as homossexuais, as famílias formadas após o divórcio e os casais que moram em casas diferentes.
A quantidade de núcleos familiares que seguem o modelo tradicional (pai, mãe e filhos) representa menos da metade (47%) do total, enquanto as unidades familiares constituídas por apenas uma pessoa de referência (chefe de família), sem cônjuge e com filho(s) já somam 19,5%. Além disso, na última década, as mulheres que cuidavam dos filhos sozinhas passaram de 17,1% para 17,4%.
Entre os que preferem o casamento, quase 44% são jovens que têm entre 25 e 34 anos. A proporção cai drasticamente com o avançar da idade: 19,2% têm entre 35 e 44 anos e 23,6% têm 45 anos ou mais. Os casais que têm até 24 anos somam 13,3%.
Sozinhos
De acordo com o IBGE, o aumento da mobilidade espacial fez com que as pessoas prezassem pela liberdade e pela independência. Atualmente, 11% dos brasileiros moram sozinhos.
Famílias unipessoais por idade (%)
Até 19 anos | 20 a 29 anos | 30 a 39 anos | 40 a 49 anos | 50 a 59 anos | 60 anos ou mais | |
Brasil | 0,8 | 11,1 | 12,5 | 15,4 | 18,4 | 41,8 |
Norte | 1,5 | 17,3 | 16,5 | 17,5 | 18,2 | 29,0 |
Nordeste | 1,0 | 11,8 | 14,4 | 15,9 | 16,5 | 40,4 |
Sudeste | 0,6 | 9,2 | 11,7 | 15,0 | 19,0 | 44,5 |
Sul | 0,8 | 11,9 | 10,4 | 15,3 | 18,0 | 43,5 |
C. Oeste | 1,3 | 15,3 | 13,4 | 14,6 | 21,0 | 34,5 |
A maioria das chamadas famílias unipessoais é de mulheres (51%) e de pessoas com mais de 50 anos (60%). Os idosos (mais de 60 anos) respondem sozinhos por 41,8% das pessoas independentes.
Na região Sudeste, os domicílios com apenas uma pessoa sobem para 12,7%, enquanto que no Norte caem para 8,5%. Na divisão por sexo, as mulheres do Sul estão em 56% das casas com apenas uma pessoa. Já no Norte, são os homens que mais moram sozinhos (62,3%).
Leia mais
- Expectativa de vida em SC e no DF é 8 anos maior do que em AL, que tem o pior desempenho
- Taxa de mortalidade infantil no Nordeste é duas vezes maior do que no Sul e Sudeste
- Aumenta número de "recasamentos" no país entre 1999 e 2008
- Brasil tem cinco milhões de mulheres a mais que homens
- Cerca de 14% dos idosos têm dificuldade para andar no Brasil
- RS é o Estado com a menor taxa de natalidade; Roraima lidera ranking
- Pretos e pardos ganham mais, mas remuneração equivale a apenas 57% da renda dos brancos
- Mais de 50% dos óbitos de homens de 15 a 29 anos têm como causa homicídios
- Brasil tem maior taxa de abandono escolar do Mercosul
- Somente metade dos adolescentes entre 15 e 17 anos está no ensino médio
- Mais da metade dos alunos que deveriam estar no ensino superior estão atrasados
- Programas assistenciais representam 28% da renda dos mais pobres, diz IBGE
- Desigualdade diminui, mas não favorece os mais pobres, diz IBGE
- Desigualdade entre renda da mulher e do homem não melhora em 10 anos, aponta IBGE
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.