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Delegado que liderava grupo de extermínio é preso na Bahia

Anderson Sotero

Especial para o UOL Notícias<br>Em Salvador (BA)

14/04/2011 11h18

O delegado do município de Gandu, no baixo Sul da Bahia, Madson Santos de Barros, foi preso na manhã desta quinta-feira (14) durante a Operação Gandu/Pojuca do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas e de Investigações Criminais). Acusado de liderar um grupo de extermínio que atuava na Região Metropolitana de Salvador (RMS), Barros foi levado para a capital baiana e está sendo ouvido na sede do Comando de Operações Especiais (COE).

Além do delegado, cinco pessoas foram detidas e também estão sendo ouvidas. Outras duas estão sendo encaminhadas de Gandu para Salvador. A operação tinha o objetivo de cumprir doze mandados de busca e apreensão e de prisão preventiva contra o delegado e agentes de proteção especial da 2ª Vara da Infância e Juventude de Salvador que também agiam na RMS. Até o momento, já foram cumpridos oito dos doze mandados.

A coordenadora do Gaeco, Ediene Santos Lousado, informou que durante a operação foram apreendidos armas, munições, algemas, coletes e distintivos. Através de nota oficial, o Ministério Público da Bahia explicou que “a ação penal contra o grupo foi deflagrada na comarca de Gandu pelo crime de homicídio cometido em 1º de maio de 2009 contra Marcos José dos Santos Barbosa, que foi assassinado em sua residência, enquanto dormia, pelo grupo de extermínio liderado pelo delegado”. Na ocasião, quatro pessoas ainda foram espancadas, entre elas a irmã e o pai da vítima.

Crimes

O delegado Barros já tinha sido autuado em flagrante em 2009, acusado de racismo, desacato e por liderar uma milícia na cidade de Gandu quando era delegado titular. Na época, ele teria contratado homens armados, não-policiais, para acompanhar as ações contra a criminalidade. Os chamados X-9 agiam sem conhecimento da Justiça e não estavam autorizados a participar das ações que vitimou inocentes. O delegado é acusado ainda de ter ofendido, com palavras racistas, um policial de plantão.