Bruno teme execução de dívida, alega advogado acusado de extorquir goleiro
O goleiro Bruno Souza tem medo de que sua dívida com o advogado Robson Martins Pinheiro Melo, por conta de honorários não pagos, seja executada na Justiça. Este seria o verdadeiro motivo para, segundo o próprio advogado, a noiva de Bruno, a dentista carioca Ingrid Oliveira, tê-lo acusado por extorsão na semana passada.
Em nota enviada à reportagem do UOL Notícias, o advogado cita ter firmado contrato com o goleiro entre dezembro do ano passado e fevereiro de 2011. Sem mencionar valores, o informe traz que os honorários foram acordados “tendo um valor fixo e outro a depender do êxito da causa” que levaram em conta “a complexidade da demanda e a condição econômica do cliente”.
O advogado finaliza o informe classificando o episódio de uma “tentativa de desacreditar a Justiça mineira” e que as acusações feitas pela mulher demonstram comportamento “desrespeitoso e leviano”.
Ingrid, porém, tem outra versão. Para ela, o esquema de extorsão envolveria também a juíza Maria José Starling, da comarca de Esmeraldas, cidade da região metropolitana de Belo Horizonte.
A promessa da juíza seria a soltura do goleiro por meio de habeas corpus mediante pagamento de R$ 1,5 milhão. Bruno está confinado na penitenciária de segurança máxima Nelson Hungria, em Contagem (MG), por conta do sumiço da sua ex-amante Eliza Samudio.
Juíza polêmica
A juíza Maria José Starling causou polêmica em outubro do ano passado ao se declarar favorável à soltura do goleiro. Ao final da sessão realizada no fórum de Esmeraldas para colher depoimentos de testemunhas, ela concedeu entrevista coletiva, fato incomum na magistratura, defendendo a liberdade de Bruno.
Antes de a sessão ser iniciada, ela ainda permitiu que funcionárias do local tirassem fotos com o jogador. Ela também se reuniu em privado com ele em uma sala anexa ao local da audiência, onde ficaram por 15 minutos, depois da entrevista concedida à imprensa.
De acordo com a assessoria do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJ-MG), ela havia respondido a dois processos na corregedoria do órgão, mas que foram arquivados.
OAB investiga
A OAB-MG (Ordem dos Advogados do Brasil - Seção Minas Gerais) vai investigar o advogado. Presidente da OAB-MG, Luís Cláudio Chaves adiantou que o advogado será investigado por processo disciplinar de ofício.
“Nós estamos aguardando que a Ingrid apresente as provas que ela diz ter. Dependendo das provas, ele pode ser suspenso preventivamente”, afirmou.
Ingrid Oliveira foi ouvida pela comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (AL-MG) na última sexta-feira (10). Segundo a dentista, a magistrada teria apresentado a ela o advogado Robson Martins Pinheiro Melo, formulador da proposta.
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