Sangue em carro do goleiro Bruno era de Eliza Samudio, afirma Macarrão
Braço direito do goleiro Bruno Souza, o amigo Luiz Henrique Romão afirmou que o sangue encontrado em uma Land Rover, carro que pertencia ao jogador, era de Eliza Samudio, ex-amante do atleta e cujo desaparecimento levou o atleta e mais 7 pessoas a júri popular, ainda sem data marcada.
A declaração de Romão, conhecido como “Macarrão”, foi dada ao deputado estadual Durval Ângelo (PT), presidente da Comissão de Direitos Humanos da AL-MG, durante visita que o parlamentar fez à Penitenciária de Segurança Máxima Nelson Hungria, em Contagem (região metropolitana de Belo Horizonte), para averiguar as condições do confinamento de presos.
A entrevista com o político foi gravada pela TV Assembleia, da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (AL-MG). No trecho, Macarrão afirma nunca ter negado que o sangue era da jovem, e a orientação para não tocar no assunto teria partido de seus advogados.
Sangue
Durante as investigações sobre o desaparecimento de Eliza Samudio, a Polícia Civil mineira afirmou que o veículo foi usado para levar a modelo e o filho dela, cuja paternidade é atribuída a Bruno, do Rio de Janeiro até Minas Gerais, em junho do ano passado.
Durante o trajeto, segundo o inquérito, um primo adolescente do goleiro, que estaria escondido no porta-malas do carro, desferiu coronhadas na cabeça de Eliza. O carro era dirigido por Macarrão, de acordo com a polícia. A perícia da Polícia Civil havia confirmado que o material era da ex-amante do atleta.
O advogado do acusado pelo assassinato da jovem, o ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o “Bola”, havia questionado o trabalho da perícia e chegou a contratar o perito George Sanguinetti, que ganhou notoriedade por contestar laudo da morte de Paulo César Farias, ex-tesoureiro da campanha do ex-presidente Fernando Collor de Mello.
De acordo com Zanone Júnior, advogado de Bola, um dos pedidos que ele teria feito à Polícia Civil versava sobre a possibilidade de o carro ser periciado por Sanguinetti. De acordo com ele, a polícia negou acesso ao carro.
Carta marcada
Macarrão ainda relatou ser “carta marcada” dentro do presídio, em alusão a ameaças que teria sofrido de agentes penitenciários dentro da unidade prisional. Ele reclamou de ter sido apartado do convívio com o goleiro Bruno, com que dividia uma cela.
“Eu tive problemas com pessoas que estavam me criticando, que eram os agentes que eu denunciei. Desde que a gente veio preso, eu vivi dez meses com o Bruno. (...) Hoje, para a gente conversar sobre o processo, eu não tenho acesso a ele”, informou Macarrão. Ele disse ainda que os próprios advogados interferem nas tentativas de ele falar com o goleiro.
Segundo a Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds), Macarrão está confinado em um pavilhão “destinado a presos que necessitam de segurança diferenciada”. O órgão negou que o preso estivesse em pavilhão indicado para detentos que tenham cometido crimes sexuais porque “não existe este pavilhão na Nelson Hungria”, informa nota da secretaria.
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