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Morte de universitária no Piauí ainda é mistério; polícia investiga suicídio e MP aponta queima de arquivo

Yala Sena

Especial para o UOL Notícias <br> Em Teresina

06/10/2011 07h00

  • Reprodução/Facebook

    O corpo da estudante foi encontrado na madrugada de quinta-feira (25) em um canteiro de obras da nova sede da Procuradoria Regional da República em Teresina (PI)

A morte da estudante de direito, Fernanda Lages, 19, ainda não foi desvendada pela polícia do Piauí e está causando divergências entre o Ministério Público Estadual e a Secretaria de Segurança Pública do Estado. De um lado, a polícia não descarta a hipótese de suicídio, do outro, a promotoria criminal aponta crime de queima de arquivo.

A universitária foi encontrada morta no dia 25 de agosto na obra da nova sede do Ministério Público Federal, em Teresina, capital piauiense. O crime virou mistério com direito a boataria nas redes sociais sobre os supostos acusados serem “peixe grande” e “figurão” em Teresina.

A polícia diz que ainda não tem suspeitos, já os promotores Eliardo Cabral e Ubiraci Rocha, que acompanham o caso, afirmam que Fernanda Lages foi assassinada com a participação de pessoas influentes no Estado. Os promotores, porém, não citam nomes.
 
Com as divergências no inquérito, o governador do Piauí, Wilson Martins (PSB) convocou reunião no início da noite desta quarta-feira (5) para tentar sanar os impasses. O governador garantiu que o crime será elucidado “doa a quem doer”.
 
"A morte da estudante [Fernanda Lages] tem que ser elucidada, mas tem que ser com clareza. Doa a quem doer, a polícia precisa apresentar resultados", afirmou após reunião com a cúpula da segurança, Ministério Público, OAB e Polícia Federal, no Palácio de Karnak.

Perícia

O Ministério Público garante que a universitária foi jogada viva de uma altura de 27m do prédio da Procuradoria Federal. O promotor Eliardo Cabral cobra que a polícia tenha uma linha de investigação e descarte de vez a hipótese de suicídio.
 
“Não convence mais ninguém essa história de suicídio. Ou a polícia quer encobrir alguém ou não está investigando de verdade”, disse o promotor.
 
O laudo da perícia feita na Paraíba confirmou que a jovem foi morta pela queda e teve politraumatismo. Quando caiu ou foi arremessada, a estudante estava com alto teor de álcool no sangue, revelou a perícia.
 
Ontem, a polícia enviou um lote com 19 amostras de materiais genéticos para um instituto da Paraíba realizar novos exames de DNA. Os resultados devem sair em 10 dias.
 
O pai da estudante, o ex-vereador Paulo Lages, disse que a família não aceita a hipótese de suicídio. Ele garante que se a polícia permanecer nessa hipótese, pedirá a transferência do caso para a Polícia Federal.