Duas semanas após apresentar rachaduras, navio da Vale terá combustível retirado
Duas semanas após o navio Vale Beijing apresentar rachaduras, uma operação para retirada de metade do óleo combustível da embarcação deverá ter início neste domingo (18), em São Luís (MA).
O cargueiro apresentou problemas no dia 3 deste mês, durante um carregamento para exportação, no terminal de Ponta da Madeira, no porto de São Luís. O navio está carregado com 260 mil toneladas de minério de ferro e tem 5.000 toneladas de óleo combustível.
No dia 7, a embarcação foi rebocada para a baía de São Marcos, a 7 km da costa e com águas mais profundas. A medida foi tomada para evitar um acidente que poderia provocar o vazamento da carga no mar, causando um acidente ambiental sem precedentes no Estado.
As operações estão sendo acompanhadas pela Capitania dos Portos do Maranhão e pelo Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis).
Segundo o capitão dos Portos do Maranhão, Calmon Bahia, a empresa que vai retirar metade do óleo da parte mais danificada da embarcação já foi contratada: a holandesa Smith, especializada em reparos de navios. A contratação ficou a cargo da sul-coreana STX Pan Ocean, fabricante do Vale Beijing.
"Numa primeira etapa serão retiradas 2.500 toneladas de óleo combustível. Por enquanto, a empresa contratada vai fazer somente essa primeira retirada, dos tanques mais próximos do local do sinistro. Mas não significa que não tire o resto depois. Já está a caminho de São Luís uma barcaça, vinda de Belém, com previsão de chegada para domingo. Assim que ela chegar, o serviço começa", disse Bahia.
Além da retirada do óleo, outra operação vai redistribuir as 260 mil toneladas de minério de ferro no interior do navio. "Haverá também o remanejamento da carga, que saíra do porão próximo à área afetada e será redistribuído para os outros porões”, explicou o capitão dos portos, acrescentando que posteriormente o material poderá ser transferido para outra embarcação.
Segundo Calmon Bahia, as ações que começam neste fim de semana devem melhorar a estabilidade do navio e facilitar um possível conserto da embarcação no local. "A transferência do navio para outro local ainda não nos foi informada, e é uma decisão que cabe à empresa."
Sem mudança de cenário
Desde que as rachaduras foram descobertas o cenário não mudou, segundo o capitão dos portos. "O navio está estável, não há nenhuma alteração. O risco que está hoje é o mesmo de antes, ou seja, mínimo. Por enquanto não há alteração nas avarias".
Apesar da busca dos engenheiros, ainda não foi possível localizar o local exato nem o tamanho das rachaduras do navio. "Na próxima semana está prevista a chegada de um equipamento com um scanner, que deve localizar a rachadura. Hoje apenas se tem uma ideia, mas esse equipamento fará uma radiografia".
Ibama acompanha
Segundo o analista ambiental do Ibama do Maranhão, Antônio Campos, o órgão seria responsável por coordenar as ações de minimização de impacto ambiental, em caso de vazamento. Segundo ele, antes da retirada do combustível da embarcação, será feito uma simulação com todos os equipamentos para depois traçar na prática o plano de estabilização do navio.
"O Ibama solicitou um equipamento de última geração prevendo que haja vazamento de óleo na baia e, caso ocorra, esse equipamento isolará a área para que a mancha não se espalhe e sugará todo o combustível. É um equipamento que está vindo dos Estados Unidos", disse o analista ambiental, destacando que o risco teórico de ocorrer um acidente “é mínimo”, mas o Instituto se preparou para um acidente de grandes proporções.
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