Causa de rachaduras em supercargueiro pode levar um ano para ser conhecida, diz comissão
A identificação dos problemas que levaram o supercargueiro Vale Beijing a rachar durante carregamento de minério de ferro em um porto de São Luís, no último dia 3 de dezembro, pode levar até um ano.
A informação é da Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Assembleia Legislativa do Maranhão, que visitou, na última sexta-feira (6), o navio, fundeado com duas rachaduras a 64 km da costa da capital maranhense.
Segundo os deputados, os técnicos da empresa sul-coreana STX Pan Ocean, fabricante do cargueiro, informaram que estimam levar de três meses a um ano para descobrir as razões que levaram o casco do navio a rachar durante o carregamento de apenas 70% da capacidade máxima do navio.
A princípio, as fissuras causaram risco de afundamento, que levaram autoridades e ambientalistas a determinarem uma série de medidas de controle. Hoje, a Marinha diz que o risco de acidente ambiental é "mínimo."
Pela primeira vez desde as rachaduras, os deputados deram detalhes sobre as duas fissuras no casco do navio. Segundo os parlamentares, elas estão uma do lado esquerdo e outra do lado direito. Cada uma delas tem 60 cm x10 cm. Por conta do problema, o navio não pode seguir viagem.
Ainda segundo os deputados, existe um plano para que o Vale Beijing seja transportado para a Turquia, onde será feito o conserto do casco. No entanto, não há prazo para a viagem, já que Marinha, Vale, Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Renováveis) e Secretaria Estadual de Meio Ambiente vão avaliar a logística e os riscos da viagem.
Retirada de óleo em andamento
Na quarta-feira (4), depois de vários adiamentos, está sendo realizada a operação para retirada de boa parte das 7.000 toneladas de combustível –ficará apenas nos tanques o combustível necessário para garantir a operação.
O óleo está sendo retirado da embarcação pela empresa holandesa Smit, especializada em salvatagem (resgate) de navios. A operação deve durar até pelo menos esta terça (10), mas pode ser prolongada, dependendo das condições climáticas.
Também durante esta semana está sendo realizada operação para redistribuir a carga de minério do porão sete para os porões três e cinco. A medida está sendo adotada para reduzidos os riscos de acidentes e tornar a embarcação mais estável no alto-mar.
Somente depois das duas operações é que órgãos vão avaliar as condições climáticas e logísticas para permitir a um porto europeu. Os deputados informaram também que vão analisar e acompanhar os procedimentos adotados pelas empresas responsáveis e autoridades envolvidas no processo.
“Fizemos o início de avaliações, acompanhados de técnicos para que possamos entender melhor e passar essas informações à população. A partir daí é que vamos produzir um relatório, que será encaminhado às autoridades competentes”, disse o deputado estadual maranhense Hélio Soares (PP), que participou da visita.
Segundo a Marinha, a remoção do navio aconteceu para alto-mar porque os riscos de um desastre ambiental são menores do que no porto de Ponta da Madeira, onde estava sendo carregado. Durante o período em que estará em território brasileiro não está descartada a realização de reparos iniciais no casco do navio.
A Marinha informou também que analisa as causas das rachaduras em um inquérito, que vai apurar supostas responsabilidades do problema. O prazo para conclusão das investigações é de três meses, prorrogáveis por igual período.
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